Jaderson se reinventou e fez de 2024 sua melhor temporada

A busca por renovações dentro do elenco azulino tem sido uma constante nos últimos dias, com atenção especial nos jogadores que mais interessam. Entre eles, o meia-atacante Jaderson e o atacante Pedro Vitor passaram a ter os nomes especulados como alvos de clubes do fora do país.

O primeiro já afirmou em várias oportunidades sua vontade de ficar, chegando a negar uma renovação com o Athlético (PR), que pretendia negociá-lo. Os interesses seriam dos mercados asiático e outros menores da Europa.

Pedro Vitor também fica sem contrato com o Fortaleza (CE) neste final de ano e ficará livre no mercado. A situação é semelhante à do companheiro, com desejo de permanecer para a 3ª temporada seguida no Baenão, mas com interesse de clubes do Japão, Coreia do Sul, Arábia Saudita e outros do Brasil para 2025.

Jaderson falou no começo da semana sobre essa situação e sobre a temporada 2024 que, para ele, foi a melhor de sua vida profissional até aqui. Ele falou também sobre ter se reinventado com a camisa do Remo, deixando de ser um atacante que não se destacava onde passava para se tornar um segundo volante muito importante nas ações azulinas, a ponto de ser apontado como um dos melhores jogadores da Série C.

Veja a seguir algumas das falas do jogador:

Melhor temporada

Pessoalmente, com certeza, foi meu melhor ano, sendo em números e com o desempenho que tive. Atuei em várias posições, mas me reencontrei jogando de volante, a posição que tinha sempre um sonho de jogar, mas não tinha oportunidade. Aqui, tive a chance de jogar assim e me reencontrei no futebol.

Atacante, meia ou volante?

Em outros anos, me usavam muito como ponta. Sei jogar assim, mas botei na minha cabeça que não quero mais, que quero jogar de volante. Uma posição onde me reencontrei, fiz meu melhor ano e, em 2025, quero fazer melhor ainda.

Início no meio-campo

Acho que foi com o (ex-técnico Ricardo) Catalá, desde que ele me trouxe, ele e o auxiliar dele, o Julian (Tobar). Foram eles que falaram que ia dar certo ali, que tinha uma boa saída, que tinha uma boa marcação, que u poderia sempre atacar e defender ao mesmo tempo. Eles que acreditaram em mim como volante.

Término bom

Foi uma temporada de altos e baixos, meio maluca. Começamos o Parazão com uma vitória de 5 a 0, mas daí em diante começaram as dificuldades e as coisas não foram acontecendo até a recuperação na Série C. Não tenho explicação, mas levei uma frase comigo que “não é como começa, mas sim como termina”. Então, acho que terminamos da melhor maneira possível, com o acesso. Crescemos na hora certa.

Momento difícil

Quando cheguei aqui, estava com a cabeça baixa. Tinha acontecido uma perda muito grande na minha vida, o falecimento da minha mãe, então também criei a responsabilidade de criar 2 irmãs, de 12 e 20 anos. Vim com o simples objetivo de dar meu melhor para dar uma vida melhor para elas e seguir o legado que minha mãe construiu. Então, sim, recebi muitas propostas da Série B, recebi uma proposta oficial de fora, um contrato na mesa e tudo. Bati o pé, falei que não queria ir para retribuir tudo que eles fizeram para mim no começo do ano, o clube e a torcida.

Sentimento de agradecimento

Acho que ia ser muito covarde se abandonasse eles em uma Série C, brigando para cair. Botei na minha cabeça que não ia fazer isso, briguei com meu empresário, briguei com todo mundo que queria que eu saísse, falei que não ia sair daqui porque o clube me abraçou e tinha que dar uma resposta, que era o acesso.

Sentimento de agradecimento (2)

Consegui o acesso e quero dar outras alegrias para o Remo ano que vem, se Deus quiser, se tudo der certo. O que me fez ficar aqui foi essa torcida maravilhosa, que sempre me apoiou em todos os momentos e todo mundo aqui também do clube, do staff, todas as pessoas aqui.

Lembrança e motivação

Antes de todos os jogos, fico vendo minha caneleira, que foi o último presente que minha mãe me deu. Em todo jogo, vejo minhas irmãs e tenho que correr por elas. Sei que elas estão torcendo por mim, elas me mandam áudio falando que vai dar certo. Não posso ficar triste, senão elas vão ficar tristes. Quando estou em campo, penso nelas.

Diário do Pará, 11/10/2024