Quando entrar em campo para comandar o Remo no próximo sábado, contra o Paysandu, o técnico Flávio Araújo vai colocar em jogo não só a sobrevivência azulina no Campeonato Paraense. Seu prestígio e competência também estarão sendo avaliados. Depois da perda do primeiro turno e da queda de produção de sua equipe no returno, o treinador azulino tem tido seu trabalho contestado por parte da imprensa.
Uma eliminação diante do maior rival, mesmo com o time mantendo as chances de conquistar uma vaga na Série D em virtude da melhor pontuação na classificação geral – o Leão Azul tem 9 pontos a mais que o Paragominas -, deve encurtar sua passagem pelo Baenão. Acusado de retranqueiro, por ter optado por um esquema 3-5-2 claramente com preocupações defensivas, Araújo foi o principal responsável pela montagem do elenco para a temporada 2013. Ele indicou 80% dos jogadores contratados neste ano e deu seu aval aos que foram trazidos pela diretoria.
Situação delicada é inédita na carreira do treinador
A situação delicada que vive hoje, no comando do Remo, ainda não havia enfrentada por Flávio Araújo nos seus 10 anos de carreira como treinador. Hoje com 50 anos, Araújo começou a carreira como técnico em 2003, no River (PI). Desde então, passou por diversos clubes, todos no Nordeste do país, sendo que o primeiro título conquistado foi em 2008, quando foi campeão piauiense pelo Barras (PI). Em 2010, ele conquistou o Campeonato Cearense da segunda divisão com o Icasa (CE) e levou o time ao acesso à Série B, eliminando o Paysandu.
Em 2011 foi contratado pelo Fortaleza (CE). Naquele ano, Araújo passou pelo Guarany de Juazeiro (CE), na Série D, até chegar ao América (RN), tendo a oportunidade de levar o time potiguar ao acesso à Série B, novamente atravessando o caminho do Paysandu na quartas de final.
No ano passado, assumiu o Sampaio Corrêa (MA), após a saída de Josué Teixeira do clube, e dirigiu o time maranhense na campanha que o levou ao inédito título da Série D e, por consequência, de volta à Terceirona. Foi exatamente pelo brilhante trabalho executado à frente da Bolívia Maranhense e pelo retrospecto recente de acessos que ele foi contratado para comandar o Remo em 2013.
Agora, depois de ter seu trabalho colocado em xeque, Araújo luta para fazer valer sua “estrela de campeão” logo na sua primeira oportunidade no futebol paraense.
O Liberal, 01/04/2013