Não é somente a perspectiva de sete meses sem jogos oficiais, em virtude da perda da vaga na Série D do Campeonato Brasileiro, que está atormentando a cabeça dos dirigentes do Remo. Além da situação vexatória, outro ponto crucial vem deixando os cartolas azulinos de orelha em pé. Trata-se da possibilidade de perder alguns de seus jovens atletas por conta da falta de calendário e de pendências salariais que remontam a temporada passada.
Ontem, o vice-presidente Zeca Pirão precisou vir a público para garantir que os três meses de salários que estavam pendentes (agosto, setembro e novembro de 2012) foram pagos ao lateral esquerdo Alex Ruan, evitando assim o risco de perder o atleta sem receber a multa rescisória estipulada no valor de R$ 200 mil.
Pela manhã, antes do acerto financeiro, o jogador havia dito que confiava na palavra do presidente Sérgio Cabeça. Por isso, não pretendia utilizar o atraso salarial como justificativa para deixar o Baenão – direito garantido pela legislação trabalhista aos atletas profissionais.
“Realmente estou com 3 meses atrasados desde 2012. Ficou faltando me pagarem agosto, setembro e novembro, mas não quero usar isso para sair do Remo. Não quero sair daqui brigado com ninguém. Meu pai, que é meu procurador, vai conversar com a diretoria para tratar da minha renovação”, disse Alex Ruan, cujo contrato vai até dezembro de 2014.
O jogador revelou ainda que ouviu de dirigentes do próprio Remo que o Paragominas já demonstrou interesse na sua contratação por empréstimo, com vistas à disputa da Série D. “Já tem time querendo o meu empréstimo, mas até agora não tem nada de oficial. Só sei que o Paragominas demonstrou interesse porque o pessoal do Remo já me passou essa informação”, explicou.
Por outro lado, Alex Ruan negou a informação de que teria assinado uma procuração para o empresário Maycon Lage, irmão do meia-atacante Ramon. Segundo o prata da casa remista, o que houve até o momento foi apenas uma conversa inicial entre as partes. “O Maycon apenas me perguntou se eu tinha interesse em jogar em algum clube de fora do Estado, pois ele poderia me ajudar nisso. Mas só se fosse para eu sair com o consentimento do Remo”, esclareceu o lateral. “Mas não assinei nenhum contrato ou procuração. O meu pai continua a ser meu único representante legal. É ele quem cuida dessas coisas pra mim”, reforçou.
Amazônia, 10/05/2013