A permanência do volante Jhonnatan no Remo está nas mãos da diretoria. O problema é que a renovação de contrato com o clube anda a passos lentos. Principal revelação das categorias de base do clube nos últimos dois anos, o jogador tem vínculo válido até o dia 30/07 e espera que isso seja resolvido o mais rápido possível. Com 21 anos, o prata da casa já teria recebido algumas propostas que cobrem o valor pago pelo time azulino.
Por isso, ele deverá pedir um reajuste salarial para continuar no Baenão e fazer um vínculo que o permita dar sequência à carreira com uma maior tranquilidade financeira. Segundo o próprio atleta, no entanto, o fator determinante para sua saída ou não é a participação remista na Série D do Campeonato Brasileiro. Os dirigentes azulinos ainda tentam, nos bastidores, conseguir a vaga que foi perdida dentro de campo.
“Por enquanto, estou em compasso de espera, até porque vivemos esta situação de não sabermos se o Remo vai ter ou não uma vaga na Série D. Se a diretoria conseguir garantir a nossa participação no Brasileiro, é bem provável que eu fique. Quero muito ajudar o Remo a subir para a Série C, porque sei que isso também será muito bom para a minha carreira”, disse Jhonnatan.
Mesmo com muitos anos de casa – está no Remo desde os 11 anos -, Jhonnatan recebe um salário abaixo de muitos jogadores que não têm a mesma importância que ele no elenco. A negociação deverá ser conduzida pelo empresário do jogador, o músico Júlio Cezar, e o Remo. As propostas oferecidas por outros clubes (Paysandu e Águia) são vantajosas financeiramente e ainda dão a oportunidade de disputar a Série B ou a Série C. Mesmo assim, ainda existe a possibilidade de uma renovação e só depende do esforço da diretoria.
“Meu pensamento, hoje, é manter a calma para saber o que vai acontecer em relação à Série D. Depois que isso estiver definido, quero fazer uma negociação que seja vantajosa tanto para mim quanto para o Clube do Remo, mas se tiver que sair daqui, quero sair como entrei, pela porta da frente. Gostaria muito que fosse para uma equipe de maior expressão e, de preferência, deixando um bom dinheiro para o Remo”, comentou Jhonnatan, cuja multa rescisória é de R$ 2 milhões.
Questionado sobre os boatos a respeito de uma possível transferência para o Paysandu, Jhonnatan garantiu que até agora nenhuma proposta oficial chegou até ele. “Dizem que alguns clubes estão interessados na minha contratação, incluindo o Paysandu, mas não existe nenhuma negociação no momento. Pelo menos não chegou nada oficial para mim e, se chegou ao Júlio, ele também não me passou nada. Acredito que até por motivos éticos, já que no momento tenho contrato com o Remo”, ponderou.
Jogador foi um dos mais abalados pela desclassificação
O volante Jhonnatan foi um dos jogadores mais abatidos após a derrota remista na final da Taça Estado do Pará – segundo turno do Campeonato Paraense. Após o encerramento da partida, que terminou com a vitória do Paragominas por 3 a 1, o jogador do Remo começou a chorar e foi consolado pelos companheiros dentro de campo. Na ocasião, assim como o técnico Flávio Araújo e os demais companheiros de equipe, ele não concedeu qualquer entrevista para falar do assunto.
No entanto, na sexta-feira pela manhã, após a reapresentação do elenco azulino, Jhonnatan finalmente desabafou. Ele disse que não faltou comprometimento ao time na decisão e destacou a campanha remista durante toda a competição, em que foi vice-campeã dos dois turnos e terminou perdendo a vaga na Série D.
“Acredito que, em comparação aos anos anteriores, esse grupo que foi formado para o campeonato estava muito comprometido com os objetivos do Remo. Estávamos todos empenhados, querendo entrar para a história do clube e mesmo muitos não concordando, jogamos, sim, com muita garra e determinação. Infelizmente, não conseguimos atingir os nossos objetivos e agora estamos nesta situação, dependendo da desistência de outros clubes para não ficarmos sem jogos oficiais até o fim do ano”, destacou o jogador.
Para Jhonnatan, a equipe fez exatamente o que foi pedido pelo treinador, mas não contou com a sorte. “Fizemos tudo o que poderíamos ter feito. Jogamos, corremos e lutamos, mas a sorte não estava ao nosso lado. Cumprimos o que o treinador nos pediu, mas voltamos a cometer alguns erros de marcação e finalização que nos o Paragominas soube aproveitar muito bem”, argumentou.
Na opinião do jogador, a equipe soube assimilar o primeiro gol do Jacaré, mas não teve tranquilidade para colocar a bola para dentro da rede. “Levamos o gol e criamos as nossas melhores oportunidades, mas faltou tranquilidade para fazer o gol. Infelizmente sofremos o segundo gol num contra-ataque e só depois disso chegamos ao nosso primeiro gol. Aí, no último minuto, veio o terceiro deles”, lembrou Jhonntan. “Nossa torcida não merecia isso”, lamentou.
O Liberal, 19/05/2013