Cerca de 1.500 torcedores do Remo realizaram no início da noite de ontem um grande protesto contra a diretoria azulina e a favor da adoção de eleições diretas no clube. A manifestação aconteceu duas semanas e meia depois da eliminação da equipe remista no Campeonato Paraense, o mais recente fracasso da administração comandada pelo presidente Sérgio Cabeça, o que deixou o clube mais uma vez sem calendário para o segundo semestre.
Com narizes de palhaço, bandeiras, faixas, cartazes e até fantasias de múmias – em referência aos dirigentes e membros do Conselho Deliberativo do clube -, os torcedores cobraram a aprovação do novo estatuto remista, que prevê o voto direto para presidente já no pleito marcado para dezembro de 2014, e exigiram a renúncia da atual diretoria. Os nomes mais contestados pelos manifestantes foram os de Sérgio Cabeça e de seu vice-presidente, Zeca Pirão.
Um dos organizadores do protesto, Thiago Passos, presidente da Associação de Torcedores do Clube do Remo (Assoremo), comemorou o sucesso do movimento. “O nosso movimento de hoje (ontem) tem três pedidos claros: pedir que o senhor Manoel Ribeiro, presidente do Condel, marque a reunião de sócios que terminará o novo Estatuto até, no máximo, o mês de junho; a renúncia do Sérgio Cabeça, presidente do Clube do Remo; e pedir eleições diretas. Tenho certeza que isso será o pontapé inicial de uma nova história”, declarou Passos.
Entre os torcedores ilustres que marcaram presença no evento, estavam a vereadora Marinor Brito e o ex-jogador Artur Oliveira, que fez um longo discurso de apoio ao movimento conhecido como “Diretas Já!”. “Hoje estou como torcedor e sócio. Um clube tão grande como é o Remo não pode ficar nessa situação. O torcedor tem total razão de pedir os direitos, até porque os resultados não estão vindo dentro de campo. É triste, precisamos dar um basta e essa é a melhor forma de mudar o modo como o Remo é dirigido”, observou o “Rei Artur”, que não descarta a possibilidade de concorrer futuramente à presidência do clube.
“Sou muito grato ao carinho do torcedor do Remo, isso é prova que o meu trabalho foi bem executado. Não descarto um dia ser presidente do Clube do Remo, seria uma honra, mas, nesse momento, penso em ajudar como torcedor. Vamos tentar mudar esse Estatuto para melhorar a situação do Leão”, considerou. Com a sede social fechada, por determinação da diretoria, apenas 15 seguranças particulares contratados pelo clube e quatro guarnições da Polícia Militar fizeram a segurança do local. Não houve, porém, registro de qualquer incidente violento durante a manifestação.
O Liberal, 23/05/2013