Com duas tentativas frustradas de conseguir a vaga na Série D do Campeonato Brasileiro no Superior Tribunal Justiça Desportiva (STJD) e com a desistência de um clube do Acre, agora as atenções azulinas estão voltadas a Rondônia. Mesmo sem confirmação oficial, o vice-presidente e o diretor de futebol, Zeca Pirão e Maurício Bororó, respectivamente, teriam viajado à capital rondoniense. O representante do Estado estreia somente dia 08/06, por coincidência, justamente contra o Paragominas, por enquanto o único representante paraense no torneio.
Entre os jogadores, os dias de indefinição servem como purgação pelo que fizeram até aqui – ou deixaram de fazer. O zagueiro Carlinho Rech garante que, até que haja uma definição, trabalha com a esperança total de poder jogar o Campeonato Brasileiro pelo Leão Azul. “Tínhamos três alternativas para que as coisas virassem para o nosso lado. Duas já se esgotaram: através do STJD e uma de um time de fora. Em outra, a de Rondônia, ainda temos esperanças. É a única forma de manter um calendário. Estamos esperando há três semanas e não custa nada esperar mais um pouco”, disse.
“Não adianta acreditar um pouco ou mais ou menos. Temos que acreditar que as coisas vão acontecer e esperar. É uma agonia não saber de nada, mas esperança sempre temos. Estamos vivos até disserem que não. Aí vamos buscar outros caminhos”, completou Rech.
O também zagueiro Mauro ressalta que nesses dias de incertezas, até as informações que chegam ao elenco são espaçadas e quase nunca com uma certeza. Por enquanto, quando vem algo definitivo, é algo contra os interesses azulinos. “Falam que tem uma esperança e nós ficamos torcendo. O Remo não merece estar nessa situação, mas chegou onde está e espero que um dia volte à figurar num lugar melhor”, confirmou Mauro.
“Não têm essas informações porque eles também esperam por algo definitivo. A gente nem quer informações pela metade e sim algo definitivo. Não passam nada para a gente que não seja uma resposta certa”, finalizou Carlinho Rech.
Mesmo com apenas 25 anos, Rech aparenta muito mais experiência tanto jogando quanto falando. Mesmo passando por uma situação inédita na carreira, ele afirma que tenta tirar coisas boas dos dias que têm passado no Baenão sem saber se terá jogos oficiais pela frente. “É a primeira vez que vivo uma situação como essa e procuro tirar alguma coisa de bom”, disse.
O jogador conta que tem procurado muita serenidade para encarar os últimos dias no clube paraense e conseguir abstrair de tudo para focar apenas no trabalho dentro de campo. Segundo Rech, cabe a cada um que está no elenco procurar forças para manter o nível nos treinamentos. “Se tem uma coisa que a gente aprende é que a motivação tem que vir do ser humano, não do dinheiro, de competições. Em situações como essa, se for para trabalhar pensando nisso, fica difícil. Cada um tem que se motivar para trabalhar bem”.
O Liberal, 01/06/2013