A Torcida Organizada Camisa 33, do Clube do Remo, existe desde agosto de 2009 e, segundo seus integrantes, o seu ideal é apoiar o time durante os 90 minutos, fazendo a festa na arquibancada com cantos que incentivem o clube, mas a torcida também se destaca por estar sempre presente nos eventos que envolvem as categorias de base do clube e em outros esportes que não sejam o futebol.
Apesar de bastante tristes e chateados com o atual momento do clube, os torcedores têm acompanhado os jogos do sub-20, que disputa o título estadual da categoria, para dar uma força à nova geração, como forma de demonstrar um amor incondicional.
O universitário Jair Neto, integrante da torcida, é um dos que apoiam a garotada, embora os jogos tenham sido realizados em horários considerados por ele como “complicados” (09h30). Além dele, outros 30 azulinos da Camisa 33, em média, também têm prestigiado a nova geração remista.
“A torcida apoia o Clube do Remo e possui a ideia de que o Remo não está somente no gramado e no quadro de futebol profissional, mas em tudo que envolva o azul marinho cabano. A Camisa 33 já foi em jogos de várias categorias do futebol, do sub-9 até o sub-20. Já esteve também presente em jogos de basquete e de vôlei, e também nas regatas, esporte este que deu origem ao clube”, detalha.
Em nome da torcida Camisa 33, o torcedor disse ser uma experiência única apoiar o clube, seja no futebol profissional, nas categorias de base ou em outros esportes. “O que está em jogo é o amor pelo azul marinho do Remo e independente do esporte e do momento, o sentimento é o mesmo, de apoio total e irrestrito aos atletas, enquanto durar o jogo ou competição”, ressalta.
Sobre a nova geração azulina, o torcedor está otimista, mas acredita que é preciso ter paciência com os garotos. “Alguns possuem um bom potencial. Se isso for trabalhado, eles vão longe. Um exemplo que uso para ilustrar isso é a zaga do sub-20, formada por Gabriel e Yan. A base tem que ser tratada com carinho e paciência, não podemos ‘queimar’ estes garotos, é muita pressão”, pede Jair.
O amor ao Remo, no entanto, não esconde a decepção da torcida com a crise no futebol profissional. “Vemos que a situação atual é complicada e crítica. O Remo é um gigante querendo um norte, querendo alguém que lhe indique um caminho correto. Esse caminho necessita de uma boa gestão dentro do clube, em todos os setores. Uma gestão profissional, que saiba separar as coisas. Enquanto as pessoas que estão dentro do Remo possuírem essa mentalidade, o clube continuará dando voltas e voltas em torno de si mesmo, esquecendo que o mundo não para lá fora. Entretanto, acreditamos na mudança e renovação e com a mentalidade de novas cabeças, a eleição direta, que inclusive está tentando ser implantada atualmente, vai ser um passo muito grande para esse objetivo”, encerra.
Diário do Pará, 23/06/2013