O torcedor do Clube do Remo Wendell de Souza Figueiredo não está mais processando a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Foi oficialmente protocolada ontem a desistência da ação na 1ª Vara da Comarca de Ananindeua, mesmo local em que o processo foi iniciado, ainda no início do mês de junho. Os juristas tomaram a decisão após reunião dos dirigentes do Remo com o presidente da CBF, José Maria Marin. O encontro aconteceu durante um almoço, na segunda-feira (15/07), em São Paulo.
Nessa mesma ocasião, ao fim da reunião, Zeca Pirão, presidente do Remo, que representou ao clube ao lado do diretor Maurício Bororó, pediu para que Wendell desistisse desse caso, pois, em suas palavras, “a situação do Remo só irá melhorar se a ação cair”, acrescentando que viu “boa vontade” por parte da CBF em ajudar o Leão.
Em decorrência dos últimos acontecimentos, os advogados de Figueiredo, Valber Motta e Vanessa Egla, se reuniram com o cliente-torcedor e acharam melhor atender ao apelo do mandatário máximo do Leão, mas com ressalvas. Os advogados trataram de deixar claro nos grupos ligados aos torcedores do Remo nas redes sociais, que eles não pretendem ser “intransigentes a ponto de desperdiçar a melhor chance de resolver a situação”. Além disso, eles lembraram que existe a possibilidade de voltar com a mesma ação, caso a entidade máxima do futebol brasileiro não dê uma resposta concreta ao Remo.
O advogado Walber Motta criticou o pedido público do presidente azulino. “A declaração do Pirão foi infeliz ao dizer que a ação estava prejudicando o Remo, quando, na verdade, eles só conseguiram essa reunião com a CBF graças a esta ação”, concluiu Valber Motta.
A diretoria do Remo, representada por Maurício Bororó, preferiu não entrar no debate com o advogado Walber Motta. Segundo ele, a atitude de retirar a ação “foi uma atitude correta e sensata”. “Isso teria que ser feito pelo bem do clube e sabemos que, como nós, eles também não iriam querer ver o Clube do Remo punido”, disse Bororó.
A expectativa agora é que a CBF desconsidere a punição de dois anos de suspensão do Brasileiro da Série D, além, da multa de R$ 20 mil. Fora isso, a diretoria do Remo também aguarda resposta hoje da entidade para saber se o clube será incluído na competição deste ano, considerando o índice técnico maior do que o do Paragominas.
Pra variar, resta ao Leão esperar…
Indicado para assumir a vice-presidência do Clube do Remo, o diretor Maurício Bororó, afirma que está ansioso pela resposta da CBF sobre a vaga na Série D do Brasileiro. “Fomos muito bem atendidos em São Paulo, tanto pelos diretores da Federação Paulista, como pela CBF. O presidente José Maria Marin (CBF) ficou muito sensível com a situação do Remo. Nós expusemos tudo e eles disseram que iam estudar. De lá para cá, nos estamos apenas esperando. A gente acredita na CBF. Foi muito proveitoso o Coronel Nunes (presidente da FPF) ter feito esse contato de articular essa nossa conversa. Então, agora, estamos nessa expectativa. A hora que eles tiveram uma posição, vão ligar para o Pirão”, disse.
Bororó também deixa claro que não quer briga com outros clubes. “Nós não queremos criar atrito com ninguém. Não queremos que ninguém saia do campeonato, nem o Genus (RO) e muito menos o Paragominas. Agora, como eles (CBF) vão fazer, se é que vão fazer, aí não é da nossa alçada. Eles têm que encontrar uma forma”, pontua.
Diário do Pará, 17/07/2013