Até que ponto vale a pena correr atrás dos sonhos? O jogador Wellington Rodrigo tem a resposta na ponta da língua. Recém promovido ao elenco profissional do Clube do Remo, o atacante representa uma fatia significativa de jovens atletas azulinos, que ganharam espaço no time profissional do Remo, após terem sido destaques nas categorias de base, principalmente depois da conquista do título da Copa Norte sub-20, há uma semana. “A gente se supera por toda essa busca do sonho de ser profissional”, ressalta.
Mas nunca foi fácil. Rodrigão, como ficou conhecido no Remo, é morador do bairro da Terra Firme, periferia de Belém, na rua São Pedro. Filho de pai porteiro e de mãe dona de casa, ele enfrentou o sol escaldante da capital paraense diversas vezes para chegar ao Baenão. “Às vezes, saía de casa sem tomar café e ia para o Baenão andando. Não sobrava dinheiro do que meu pai ganhava, além do da nossa comida”, recorda.
No fim das contas, depois de marcar três gols na Copa Norte, ele já deu mais um passo em busca do sonho. “Foi uma satisfação imensa virar profissional. Passamos por essas situações difíceis, mas a gente está aí. Todo mundo sabe das dificuldades que a base tem. É superação mesmo”, garante.
Histórias de superação no sub-20 do Leão não faltam. O maior exemplo veio do próprio autor do gol da vitória por 2 a 1, na final contra o Holanda (AM). O meia Silvio, de 19 anos, ficou conhecido pela sua história de vida antes de ir parar no Leão. Quando ainda morava em Barcarena, cidade em que nasceu, o jogador trabalhava como padeiro. Todos os dias, ele acordava às 04h para chegar ao Baenão.
Depois de tanto esforço, Silvio foi recompensado. Ele ganhou contrato de profissional um dia depois da conquista do título. “Muita coisa vai acontecer daqui para frente. Eu deixo a dificuldade de lado. Suei a camisa para chegar até aqui”, garante.
Diário do Pará, 18/08/2013