No Clube do Remo, Divaldo Souza, fisiologista do clube há mais de um ano, se vira, literalmente, com o que tem para desenvolver seu trabalho com os atletas azulinos. “A falta de uma academia é um problema muito sério. O departamento de fisiologia do Remo depende de equipamentos próprios, equipamentos meus”, revela o fisiologista, que possui doutorado feito em Portugal sobre atletas de futebol. Apesar de, atualmente, o Remo ter a sua disposição uma academia na Avenida Nazaré, próxima a Sede Social do clube, Divaldo conta que as duas vezes na semana em que é cedida aos atletas do Remo, não são suficientes para todo o elenco.
“A academia que temos hoje é uma parceria nossa, que nos ajuda muito com a disponibilidade de duas vezes na semana. O problema é que temos atletas que precisam dela diariamente, porque tenho atletas com déficit de massa muscular, outros que precisam de reforço, fora outros casos. Por isso era necessário ter equipamentos junto ao Baenão”, expõe. Nessas horas, mais uma vez, o fisiologista se vira como pode. “Nesses casos, quando existe essa necessidade, pegamos um carro e vamos a outra academia com dois, três atletas ou levamos até a UEPA (Universidade Estadual do Pará) e fazemos esse complemento”, descreve.
Há quatros dias na pré-temporada em Castanhal, os trabalhos voltados à parte física e fisiológica da equipe continuam. Por mais que o novo local não traga melhora em termos estruturais, Divaldo Souza diz que o fato de passarem o tempo todo junto, compensa. “Não é que seja melhor, mas pela questão de estarmos o tempo todo juntos, é melhor para trabalharmos. Aqui você tem a suplementação controlada, tem a suplementação diária e o controle ponderal. Então, tudo é feito de forma bem mais controlada”, garante.
Divaldo Souza contou que há mais de um ano conseguiu verba em torno de R$ 1 milhão, via projeto federal de Lei de Incentivo ao Esporte, para a construção de uma academia no Baenão. “Estou esperando o presidente (Sérgio Cabeça). Ficamos de reunir após o nosso primeiro jogo no campeonato (14/01) para tratar do assunto. Se tudo correr certo, dentro de seis meses, o Remo pode ter uma academia”, revela.
Reclamar de clima e campo virou rotina
Entre os jogadores, a reclamação a respeito da adaptação já virou rotina. “Essa reclamação do clima, dos campos pesados, é uma percepção muito mais de quem não é da região, quem vem do Sul e vem de um período mais seco, diferente do que temos aqui. Como, hoje, temos mais atletas oriundos de outras regiões é um problema que nos tem acompanhando desde o dia 03/12”, aponta Divaldo Souza.
O lateral-esquerdo Berg, um dos últimos a chegar e vindo do Rio Grande do Norte, diz que precisa de recuperação física. “Cheguei há pouco tempo, preciso pegar um pouco de gás. A gente corre e cansa muito nesses campos, mas preciso dessa condição física”, afirma.
Outro problema que os homens que cuidam da saúde dos atletas enfrentam são os resfriados. “É um problema sempre comum no início de ano. Estamos em uma época de chuva, treinando nessa época e alguns pegam resfriado. Mas a gente consegue medicar e fazer o atleta treinar. Já estamos acostumados”, mostra Jorge Silva, médico do Remo.
Tentando superar todos esses problemas, os preparadores e fisiologistas do Leão, programaram trabalhos neuromusculares ao longo da pré-temporada. “Começamos no domingo (hoje) a trabalhar na academia. Para tentar amenizar esses problemas, nós estamos fazendo trabalho neuromuscular muito forte, visando a força dinâmica”, explica Divaldo.
Diário do Pará, 06/01/2013