PSC 0x0 Remo (Ilaílson)
PSC 0x0 Remo (Ilaílson)

Apesar de já terem se enfrentado várias vezes, este domingo terá um gostinho especial para os primos Vanderson e Ilaílson. Os volantes de Paysandu e Remo, respectivamente, pela primeira vez disputarão juntos uma final de Campeonato Paraense. Em casa, a torcida será dividida, mas o título da Taça Cidade de Belém está garantido para a família Aguiar.

No início da carreira, os dois chegaram a jogar lado a lado nas categorias de base do Castanhal, apesar da grande diferença de idade – Ilaílson tem 28 anos, enquanto Vanderson, 34. Profissionalmente, porém, os encontros sempre foram como adversários.

“Ele é mais velho do que eu, mas teve uma época em que estivemos juntos nas categorias de base do Castanhal. De lá, seguimos nossos rumos, mas nos enfrentamos um contra o outro em outras oportunidades, quando passei pelo próprio Castanhal, Tuna e Paragominas, com ele no Paysandu”, comentou o remista.

Vanderson teve mais sucesso na carreira. Pelo próprio Paysandu, foi campeão brasileiro da Série B em 2001, da Copa dos Campeões no ano seguinte e disputou a Libertadores da América em 2003, três dos feitos mais importantes nos 100 anos do clube, além de também ter disputado a Série A por Vitória (BA) e Atlético (PR).

“Sempre torci muito por ele. É um grande jogador. Chegou em um grande clube que é o Remo. Tem qualidade e o técnico confia nele. Agora a família fica de lado e vamos em busca de nossos objetivos. A família Aguiar certamente está dividida, porém cada um vai fazer o melhor por seu clube. Claro que vou lutar para sairmos vitoriosos e conquistarmos mais esse título que será importante para o Paysandu”, contou o bicolor, na última semana.

Em 2013, por pouco os primos não disputaram a decisão do Parazão, a chamada Taça Açaí, no encontro do então campeão do primeiro turno, o Paysandu, com o campeão do segundo, o Paragominas, clube na época defendido por Ilaílson. Porém, na semana anterior ao jogo, o mais novo dos Aguiar teve uma lesão grave no joelho, que o tirou dos gramados por oito meses.

Apesar de longo período sem jogar, Ilaílson vinha fazendo grande temporada pelo PFC e por isso foi contratado pelo Remo a pedido do próprio técnico Charles Guerreiro, que o comandou no Jacaré e assumiu o Leão poucos meses depois.

“Faz uns 15 dias que não falo com o Vanderson. Nesse momento decisivo do Re-Pa a gente procura não falar um com o outro, estamos bem focados na partida de domingo. Cada um defende seu clube, busca seus interesses, é bem profissional, sem envolver família no meio. Não lembro da gente ter discutido em campo, mas como eu era capitão nos outros times que passei e ele no Paysandu, geralmente a gente ia juntos pra cima dos juízes na hora de buscar os direitos das equipes que defendíamos”, lembra Ilaílson.

[colored_box color=”yellow”]Re-Pa em família tem todos os anos

Disputar Re-Pa de lados opostos não chega a ser uma novidade para ambos. Isso porque existe uma tradição familiar de todos os anos fazer o clássico dos Aguiar, cuja família volta a ter que se dividir entre Remo e Paysandu.

“Todo final de ano acontece um Re-Pa da família. Formo meu time e ele o dele. A maioria é Paysandu, mas a gente dá um jeito. É uma coisa bem engraçada que envolve todos os familiares. Estou tranquilo para esse jogo de domingo, só não quero perder. O Vanderson já jogou vários clássicos, tem muito títulos e, se Deus quiser, esse vai ser o meu primeiro. Espero que no domingo a minha família seja a vencedora”, contou o jogador do Remo.

Na casa dos pais, Ilaílson já sofre com a divisão de torcida. A mãe, a dona Ivani, tem maior simpatia pelo grande rival azulino, mas o seu Idailson Bentes está ao lado do filho sendo um fanático torcedor azulino.

“Minha mãe apenas torce por mim, não pelo Remo, diferente do meu pai. Já dei uma camisa minha do Remo para ele, mas minha mãe não quis. Ela só diz que torce pelo meu sucesso, é uma coisa engraçada. Ela pediu que nesse Re-Pa eu trocasse de camisa com o Vanderson após o jogo e desse de presente para ela. Espero sair vitorioso, com o título do Remo, levando a camisa do Paysandu para ela”, concluiu.[/colored_box]

Globo Esporte.com, 22/02/2014