Depois de 10 anos, o Remo voltou a vencer a Taça Cidade de Belém. A conquista, que veio com o empate por 1 a 1 contra o Paysandu, serviu também para amenizar a pressão no clube, que agora tem um pé dentro da Série D: se não vencer o segundo turno, a Taça Estado do Pará, feito que o faria campeão paraense automaticamente, o Leão precisa apenas que o Paysandu conquiste o turno para garantir o calendário no segundo semestre.
A vantagem de jogar por dois empates nunca foi muito bem-vinda no Remo. Neste contexto, o Remo já perdeu o título paraense de 2012 e as Taças Cidade de Belém e Estado do Pará no ano passado. Jogar pelo empate, para o Remo, parecia significar jogar exclusivamente para empatar, convertendo o que seria um trunfo em fardo. Ontem, porém, o Remo se mostrou disposto a mudar este quadro. Apesar de o Paysandu ter criado as melhores chances no início da partida, com escapadas de Bruninho e a velocidade de Pikachu, o Leão não jogava acomodado e buscava também o jogo.
Quando o primeiro tempo se aproximava de dois terços completos, o jogo começou a esquentar. Lineker, que já tinha assustado Fabiano com uma cobrança de escanteio fechada que quase virou gol olímpico, invadiu a área e esperou a chegada de Max para tentar cavar um pênalti. Acabou punido com o cartão amarelo.
Minutos depois, Ratinho foi lançado em profundidade por Levy. O meia azulino arrancou e viu o zagueiro Charles se aproximar. Ao invés de tentar cavar a falta, Ratinho aguentou o tranco do zagueiro bicolor e foi à linha de fundo. Lá ele procurou Val Barreto, mas contou com o desvio do mesmo Charles na hora de passar para o atacante, que só teve o trabalho de empurrar para o gol vazio. O Paysandu só voltou a assustar quando Lima marcou, mas em condição de impedimento.
Na segunda etapa de jogo, o Remo viu a pressão crescer à medida que os minutos passavam e a conquista, ainda virtual, se aproximava. Talvez isso explique as chances desperdiçadas como a de Zé Soares, que entrou na área sozinho depois de tabela com Jhonnatan e chutou para a bola passar muito perto do gol de Matheus.
Enquanto o Leão perdia chances, o Paysandu crescia no jogo, alçando bolas na área azulina para que algum dos dois centroavantes em campo, Lima e Dennis, as encontrasse.
Porém, foi de um volante o gol de empate do Paysandu. Na cobrança de escanteio que Pikachu mandou no primeiro pau, Zé Antônio se antecipou à zaga e desviou com o bico da chuteira, marcando um gol improvável e que incendiou o jogo. O relógio marcava 30 minutos do segundo tempo e os 15 seguintes seriam um drama para os azulinos.
No último terço do segundo tempo, o time bicolor tentou de todas as formas a virada. Lima até pediu pênalti quando foi imprensado por Max e Carlinho Rech na área, mas o árbitro Wilson Luiz Seneme ignorou o lance. No fim do jogo, o Paysandu ainda teve a expulsão de Lacerda e uma chance derradeira em mais uma bola levantada na área, que causou tumulto entre os atletas dos dois times. Foi um Re-Pa típico!
Amazônia, 24/02/2014