Charles Guerreiro e Agnaldo
Charles Guerreiro e Agnaldo

Depois de garantir a primeira metade do Parazão 2014, o técnico Charles Guerreiro deu folga aos jogadores do Remo durante todo o dia de ontem, mas o troféu levantado no domingo passado não significa relaxamento no Leão Azul. Muito pelo contrário. O treinador adotou o discurso de que a Taça Estado do Pará é o principal objetivo para evitar a necessidade da final do Parazão e assegurar, de uma vez por todas, a tão almejada vaga na Série D do Brasileiro. Apesar disso, ele garantiu que o clube não dará prioridade à competição estadual em detrimento da Copa Verde ou da Copa do Brasil.

“São três competições, o Campeonato Paraense, a Copa Verde e a Copa do Brasil. Acho que um time grande como o Remo tem que dar prioridade para as três competições. O objetivo maior é a conquista do segundo turno, mas também queremos fazer uma boa campanha na Copa Verde, buscar uma vaga na Copa Sul-Americana (de 2015) e colocar o Remo na Série D. Já estamos garantidos na Copa do Brasil do ano que vem. Então, vamos ter que trabalhar nas três competições”, decretou.

A contratação de Charles Guerreiro, na metade do ano passado, foi cercada de desconfiança. Afinal, tratava-se de um técnico local e, para piorar, muito mais identificado com as cores do Paysandu, em virtude de seus trabalhos recentes como treinador. Porém, o profissional superou as adversidades e levou o Remo à conquista da Taça Cidade de Belém – o primeiro turno do Campeonato Paraense -, após 10 anos de jejum. Agora, o comandante campeão comemora seu primeiro título como treinador do Leão Azul, mas não esquece os momentos difíceis que passou no Baenão desde sua chegada.

“Desde o momento em que eu cheguei ao clube, enfrentei dificuldades, como aqueles jogos amistosos que nós fizemos (no segundo semestre de 2013) e a situação delicada do clube. Desde 2008 que o Remo não conseguia um título, pela pressão, por tudo que foi passado e o presidente, quando me trouxe para o clube, acreditou e falou para mim que ia ser campeão comigo, um treinador local. Isso aí para mim foi muito positivo e nós conseguimos resgatar a dignidade do clube e da torcida”, desabafou Guerreiro.

O desabafo tem lógica. O treinador lembra as dificuldades enfrentadas no começo do trabalho no Remo, das especulações sobre uma possível demissão logo após as derrotas para Paysandu e Paragominas na fase classificatória do primeiro turno e define a conquista com uma palavra: união.

“Depois daquele primeiro tempo que nós fizemos contra o Paragominas e aquele primeiro tempo contra o Paysandu, o treinador ficou praticamente para cair, estava no fio da navalha, com a faca e a corda no pescoço. Foi então que o grupo fechou comigo e falou: ‘Vamos ter que correr para o treinador e vamos dar esse título para ele e para torcida. Daquela união começou a arrancada. O grupo começou a assimilar e, contra o Cametá, nós conseguimos aquela pegada e aquela vitória”, lembrou.

O Liberal, 25/02/2014