Quando assumiu a presidência do Clube do Remo e chamou jovens e influentes remistas para dirigir o futebol azulino, o presidente Zeca Pirão deixou a modéstia de lado e encabeçou um projeto ousado, que leva em consideração a qualidade do plantel. Foram quase 30 contratações, entre jogadores e comissão técnica. Tudo isso colocado na ponta do lápis representa um custo mensal de aproximadamente R$ 500 mil, valor gasto com o elenco azulino.
Para dar conta do compromisso elevado, a diretoria tem contado com o apoio maciço dos torcedores, que fizeram o clube ter uma das maiores médias de público dos Estaduais brasileiros. Nos próximos dias do mês de março, o Fenômeno Azul terá pela frente três clássicos, além de “uma partida de luxo” pela Copa do Brasil. Internacional (RS) e Paysandu são os adversários que devem rechear os cofres do clube.
Em uma matemática ligeira, tomando por média o último Re-Pa, na final do primeiro turno do Parazão, o Leão teve faturamento líquido de R$ 402.827,57. Multiplicando o valor por dois jogos contra o Paysandu (um pela Copa Verde, no dia 23/03, e o outro no dia 30/03, pelo Parazão), levando em conta o preço do ingresso e a média do público, o Remo pode faturar algo em torno de R$ 800 mil.
Contudo, existe um acordo na Justiça do Trabalho que obriga o Remo a depositar mensalmente a quantia de R$ 120 mil para pagamentos de dívidas, além de 10% das rendas líquidas em jogos contra o maior rival.
Ou seja, desse total, descontando devidamente os R$ 120 mil de porcentagem, resta o saldo aproximado de R$ 680 mil, sem contabilizar com o jogo contra o Internacional (RS), que terá preços mais elevados. O valor definido pela diretoria até ontem foi de R$ 35 a arquibancada e R$ 60 a cadeira. A partir desta terça-feira, R$ 50 a arquibancada e R$ 80 a cadeira.
Tomando por base um jogo semelhante pela Copa do Brasil do ano passado, contra o Flamengo (RJ), o Remo levou de cota líquida R$ 684.067,81. Arredondando esse valor, caso o Remo ganhe algo em torno de R$ 600 mil, só em março, o lucro médio do Remo atingiria facilmente a cifra de R$ 1 milhão, excluindo desse montante o valor arrecadado com patrocínios e cotas de transmissão televisiva. A renda do jogo de ida das semifinais da Copa Verde será toda do Paysandu, por ser o mandante.
Diário do Pará, 11/03/2014