O time de Giba, com Alex Oliveira, Otacílio, Izaías e companhia, que na virada do segundo turno da Série B de 2006 conseguiu tirar o Remo de um rebaixamento que parecia inevitável, foi o último time tático que o clube azulino teve.
Nesses últimos oito anos, o Remo fez cerca de 300 contratações para o futebol (elenco e comissão técnica) e só formou times de correria, sem glórias. Isso é tão significativo no Leão que “raça” passou a ser uma ideia fixa, motivo de elogios e aplausos, como na derrota do último domingo.
Mesmo com o time repetindo os pecados e as limitações táticas que vinha apresentando sob comando de Charles Guerreiro, a cartolagem azulina se deu por contente ao ver o time mais valente e creditou os méritos para o trabalho motivacional de Agnaldo de Jesus.
O Remo chegou a fechar negócio com Tarcísio Pugliesi, técnico do Icasa (CE), que teria a missão de qualificar taticamente o time, mas não teria tempo suficiente para tanto. Por isso, a aposta na permanência de Agnaldo e na bravura dos atletas para vencer por dois gols e obter a classificação nos 90 minutos ou vencer por um gol e levar a decisão da vaga para os pênaltis.
Pelas circunstâncias, a decisão não deixa de ser coerente, embora Agnaldo tenha cometido o erro óbvio de insistir com atletas improdutivos, que vêm “jogando” com o nome. Sem querer negar os méritos do Paysandu, que se impôs por sua melhor condição tática, o Remo foi a mesmice dos erros de passe e das jogadas individuais nas ações ofensivas. É um time que se defende em bloco e ataca com três ou quatro jogadores, sempre dependendo muito das individualidades.
Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 18/03/2014