De mãos lavadas. Agnaldo de Jesus resumiu assim o seu sentimento após a eliminação do Remo na Copa Verde. Interinamente no comando do Remo há 3 jogos, “Seu Boneco” elogiou bastante a postura do time, apesar do insuficiente empate sem gols diante do Paysandu, neste domingo. Segundo ele, os aplausos da torcida azulina ao final do confronto demonstram que o time tem evoluído, mas admite que algumas coisas ainda tem que mudar dentro do clube.
“O que dá uma resposta positiva é o empenho dos jogadores. Com dez (jogadores) conseguimos encurralar o Paysandu o segundo tempo inteiro. O termômetro é o torcedor. Você ser desclassificado pelo maior rival e o torcedor aplaude, alguma coisa de boa aconteceu. Estou feliz, não com a desclassificação, mas com a postura do time, digna de remistas. Agora, queria vencer, não gosto de perder e não estou contente com o resultado. O Paysandu teve uma qualificação melhor, fez por onde. Parabéns a eles”, comentou.
Alguns jogadores do Remo já demonstravam, desde o primeiro tempo, que o excesso de vontade em uma classificação poderia custar caro. Levy, Diogo Silva e Carlinho Rech fizeram muitas faltas, sendo que os dois últimos por pouco não foram expulsos ainda na etapa inicial. Pouco após a volta do intervalo, Rech recebeu o segundo amarelo por um “pisão” nas costas de Djalma. No jogo de ida, Val Barreto também foi expulso por falta similar em Yago Pikachu.
“Em um Re-Pa, com Mangueirão lotado, estar com um jogador a menos é lógico que atrapalha. A diretoria tem que dar parabéns para esse time que jogou até o final, com postura ofensiva, mas com a bola nos pés, não dando chutão e tentando gol até o fim. Mas a expulsão foi justa, tanto essa quanto a do primeiro jogo. Costumo dizer que futebol não tem justiça ou injustiça. Existe competência. Eles foram mais competentes no primeiro jogo. Hoje, fomos melhores, mas não conseguimos fazer o gol”, apontou Agnaldo.
A diretoria do Remo ainda não se posicionou se irá manter o interino no cargo ou se contratará um novo treinador. Independente disso, Agnaldo de Jesus já indicou que, caso seja mantido, irá promover várias mudanças no time e soltou indiretas ao próprio clube.
“Nós temos que fazer uma reciclagem para ver o que precisamos para esse segundo turno. A missão maior do Clube do Remo é ser campeão paraense, para ter calendário. É isso que vamos buscar. Agora nós temos que estar unidos, sem fofoca, sem intriga. Vamos fazer um pacto, um pacto pela vitória, para colocar o Remo na Série D. Estou há apenas 10 dias no cargo, antes era auxiliar-técnico do Charles (Guerreiro). O time está evoluindo, principalmente no quesito tático, mas tem que mudar algumas coisas se eu ficar no cargo”, finalizou.
Globo Esporte.com, 23/03/2014