O título paraense de 2014 encerrou um jejum de 5 anos sem taça de expressão para o Clube do Remo. O plantel deste primeiro semestre de 2014 entrará para a história como o responsável pelo fim de uma fase absolutamente desprezível, mas a frieza dos números acarretará reflexões inevitáveis e necessárias para a formação do plantel que vai disputar a Série D do Campeonato Brasileiro. Entre elas, a principal: das grandes contratações do clube, apenas uma justificou a relação custo-benefício.
O volante Dadá, talvez a aquisição menos badalada, protagonizou a melhor investida dos azulinos no mercado. Dadá foi até mais importante que o ex-camisa 33, Eduardo Ramos. Dadá falou com propriedade sobre o momento azulino. “A gente não queria estar comemorando (o título) com essa derrota, mas a torcida pode tirar esse peso das costas, porque o Remo não merecia passar 5 anos nessa fila”, contou o volante.
Aliás, Dadá e Eduardo Ramos fazem parte de uma lista de seis grandes contratações para o Estadual, que ainda contou com figuras que evidenciaram uma completa decepção, casos do meio-campo Athos e Thiago Potiguar, além do centroavante Leandrão, do atacante Zé Soares.
Athos e Thiago Potiguar tiveram alguns momentos de brilho, mas sem uma regularidade que os faça mantê-los na equipe para a disputa da Série D. Leandrão e Zé Soares foram duas grandes decepções. Leandrão havia admitido que a má fase era uma questão técnica. “Não é falta de treino, sou sempre um dos últimos a sair dos treinamentos”, argumentou.
Zé Soares, por sua vez, viveu uma fase tão ruim que era motivo de piada entre os próprios companheiros. Uma fonte, que pediu sigilo, garantiu que, durante o Re-Pa da primeira partida da final, alguns atletas que estavam suspensos, brincaram com a possibilidade de Zé Soares entrar na partida. O jogador se defendeu do excesso de críticas, argumentando que estava se readaptando à questão física neste seu retorno ao futebol brasileiro após anos atuando na Europa.
Oficialmente, no entanto, os diretores do Remo só admitem que vão liberar por volta de sete jogadores do elenco, mas os nomes são mantidos em sigilo. “É uma questão ética, vamos primeiro comunicar os jogadores e depois a imprensa”, assegurou Henrique Custódio, vice-presidente de futebol do Leão.
Quem pode ser liberado:
- Diogo Silva – demonstrou não ter condições de usar a camisa titular do clube. Será liberado, embora tenha contrato até o final do ano.
- Athos – Discretíssimo. Não passou de uma peça decorativa e, no final do Campeonato Paraense, parecia que estava torcendo para o Estadual terminar. Tem contrato com o Remo até o final do ano, mas um acordo entre as partes está alinhavado para sua liberação.
- Thiago Potiguar – Poucos momentos de brilho, mas muitos momentos de confusão e pouco rendimento. No segundo jogo da final, foi o pior jogador do Remo em campo. Deve ser liberado, apesar de ter contrato com o clube até novembro.
- Leandrão – Fez míseros 2 gols pelo Leão e, apesar da boa vontade, passou longe de confirmar o seu faro de artilheiro no clube. Será dispensado por ter um salário alto. Também tem contrato até o final do ano.
- Eduardo Ramos – Tecnicamente, jogador de qualidade indiscutível, mas se entregou, várias vezes, à marcação e desapareceu em momentos da campanha azulina. Cresceu na reta final. Ao que tudo indica, será emprestado ao Joinville (SC).
- Carlinho Rech – Ficou marcado por expulsões infantis e irritou a diretoria do clube, já insatisfeita com a sua baixa produtividade. É nome forte para engrossar a lista dos dispensados. Terá que fazer acordo, pois tem contrato até o final do ano.
Amazônia, 10/06/2014