Pela segunda vez consecutiva, o atacante Rony não terminou uma partida. Ele saiu nos jogos contra o Moto Club (MA) e River (PI). Por opção técnica. Em ambos, o garoto, de apenas 18 anos, foi substituído por Val Barreto. As recentes substituições já ligam o sinal amarelo. Após conhecer o sucesso repentino e protagonizar uma arrancada da equipe azulina que culminou com o título estadual da temporada, Rony reiniciou a preparação para o Campeonato Brasileiro com reajuste salarial e, com moral, sustentava a ideia de que seria um dos destaques do time.
Porém, a competitividade do Brasileirão acabou sendo uma dura realidade. A má fase de Rony foi um dos temas levantados pelo treinador Roberto Fernandes, logo após o segundo empate consecutivo dos azulinos, dessa vez, contra o River (PI). “O que me preocupa é a queda do Rony. É natural porque a regularidade é difícil”, disse. “Ele vinha sendo o nosso diferencial, mas tem nosso apoio, é um garoto”, reitera o treinador, em seguida. Jogador de velocidade, habilidade e, sobretudo, ostentando eficiência nas conclusões, Rony viverá um momento de críticas e diversos questionamentos.
O atacante admitiu que se abalou com um lance nesta Série D. Contra o Moto Club (MA), em Bragança, ele recebeu uma bola na cara do gol. Bateu como manda o figurino, tirando do alcance do goleiro. Por azar ou mesmo excesso de preciosidade, a bola acabou, caprichosamente, passando pelo lado da trave esquerda da meta do goleiro. “Considero que foi um azar a bola não ter entrado. Depois, foi bastante difícil pra mim. Fiquei triste. Não fiz um gol e não ajudei a equipe”, lamentou.
O abatimento incomodou o atacante azulino. “Aconteceu, vinha pensando no lance. Não consegui dormir direito, mas preciso levantar a cabeça, trabalhar forte. O grupo me incentivou bastante, disseram para não baixar a cabeça. Na próxima vez que pintar a oportunidade, tenho que finalizar com mais qualidade”, admitiu. Diante do River (PI), o atleta não perdeu nenhum gol claro, sequer participando de forma produtiva dos lances de ataque.
A queda de rendimento do atacante Rony também levantou uma discussão mais ampla. De acordo com Roberto Fernandes, a juventude da equipe é um fator prejudicial considerando as circunstâncias da competição. “A equipe é jovem, mas não vamos deixar de usar o talento da garotada”, garantiu o treinador.
Considerando os titulares Levy e Danilo Rios, momentaneamente afastados, por conta de lesões musculares, a média de idade do time azulino é de 25 anos. Os mais novos são, além de Rony, o lateral-esquerdo Alex Ruan e o meia Reis, ambos com 21 anos. Do outro lado, Raphael Andrade, com 31 anos, e Dadá, com 30 anos, são os mais experientes.
“A Série D é uma competição cascuda e temos um dos times mais jovens da competição”, enfatizou Fernandes, dando a entender que a presença de jogadores mais rodados é só uma questão de tempo. Se for testar outro jogador para a vaga de Rony, Fernandes tem opções, como o atacante Alvinho, o velocista Ratinho, já em fase final de preparação física, além do recém-integrado Thiago Potiguar, também em fase de recondicionamento físico.
O Liberal, 29/07/2014