Às vésperas de uma partida decisiva, onde precisará pontuar contra o Guarany de Sobral (CE), em jogo marcado para o próximo domingo, 24/08, o ataque do Clube do Remo está na berlinda. Por enquanto, o desempenho do setor ofensivo é intrigante. Apesar de ter jogadores badalados, como Leandro Cearense, Val Barreto, Thiago Potiguar e Rafael Paty, os números são desfavoráveis. O Remo marcou apenas 4 gols em 4 jogos na disputa do Campeonato Brasileiro da Série D, sendo que em um destes jogos, contra o Guarany de Sobral (CE), o ataque passou em branco, não evitando a primeira derrota na competição.
Destrinchando os dados, a marca se torna ainda menos expressiva. Dos gols assinalados, 2 foram marcados por integrantes do sistema defensivo, caso do zagueiro Max e do volante Michel Schmöller. Os outros dois tentos saíram dos pés de dois atacantes, porém, a dupla não é sequer titular do clube. Val Barreto, autor do gol contra o Moto Club (MA), e Rafael Paty, que deixou sua marca diante do Interporto (TO), sentam constantemente no banco de reservas.
O titular Leandro Cearense, que começou a Série D ostentando a marca de 14 gols, é exemplo da má fase do setor. No Brasileirão, ele ainda não foi às redes e, em entrevistas anteriores, admitiu que a secura de gols o incomoda. Até o momento, a seu favor, Leandro protagonizou dois lances de gol. Já nos acréscimos da partida diante do Moto Club (MA), Cearense tentou passar pelo marcador e foi calçado dentro da grande área. O pênalti foi convertido por Val Barreto. Depois, em embate contra o Interporto (TO), Leandro teve um gol anulado. A arbitragem alegou que o atacante conduziu a bola com a mão na disputa com o zagueiro.
Dois gols azulinos no Brasileirão foram feitos frente a frágil zaga do time de Tocantins, lanterna do Grupo A2 da Série D. Detalhe: o ataque azulino se aproveitou de duas bolas aéreas – Max e Paty marcaram. Já o gol de Michel Schmöller saiu contra o River (PI), em Teresina (PI), quando o volante mandou um sem pulo após rebote da zaga adversária.
O problema da falta de gols é antigo. No Campeonato Paraense desta temporada, o Leão se sagrou campeão, mas teve apenas o segundo ataque do Estadual, perdendo para o rival Paysandu. Os números apontaram 45 gols remistas em 24 jogos, o que gera uma média inferior a 2 tentos por partida.
A economia de gols é um dos fatores que explicam a campanha modesta do Remo, até agora, na Série D. Em 12 pontos disputados, o Leão obteve 5, menos da metade em disputa. Além de Leandro Cearense, também há outro atacante em débito com a torcida.
O velocista Rony, titular nas duas primeiras partidas da Série D e que também entrou no decorrer dos outros jogos, não marca um gol desde o dia 01/05. Lá se vão 3 meses. O último gol que saiu do pé de Rony foi contra o Independente, em partida válida pela semifinal do segundo turno do Parazão.
O garoto de 19 anos disse que precisa controlar a ansiedade para pôr fim ao longo jejum. “Estou trabalhando forte. A ansiedade para fazer o gol é grande, mas preciso ter paciência, pois uma hora a bola vai entrar”, garantiu.
O atacante também falou sobre o próximo desafio, que será encarar o Guarany de Sobral (CE), no estádio do Junco. “Preciso fazer gols para que o Remo possa sair com a vitória. Acredito que está todo mundo focado no objetivo que é subir para a Série C. As coisas têm que dar certo no domingo”, comentou.
Rony perdeu a condição de titular em função da dificuldade para encontrar espaços em um sistema defensivo bem postado. Foi o a leitura que fez a comissão técnica azulina. O atleta concordou com a análise e afirmou que precisa se reinventar para se encaixar, novamente, entre os titulares.
“Tenho que ter espaço. Meu estilo de jogo é pegar a bola e ir para cima. Quando a zaga está bem postada, é difícil, porque a marcação fica em cima. A gente precisa fazer um trabalho onde eu ache espaços para pegar a bola e ir para cima”, disse.
Inclusive, a partir de hoje, o sistema ofensivo azulino terá um novo integrante. O centroavante Danilo Lins, ex-Mogi Mirim (SP), tinha previsão de chegada para o fim da noite de ontem. Hoje, Lins deve ser submetido a uma bateria de exames médicos e físicos. Se for aprovado, assinará contrato até o final do ano.
Amazônia, 21/08/2014