Quando convocou os préstimos de um consultor especializado em gestão esportiva, a diretoria do Remo buscava enriquecer o debate pré-eleitoral no clube. A providência foi das mais elogiáveis, que propiciou um encontro rico em troca de experiências e também na reafirmação de velhos problemas que insistem em atormentar o centenário Leão de Antonio Baena.
Ao falar a dirigentes e conselheiros, anteontem, o consultor Fernando Ferreira não mediu palavras, nem dourou pílulas. Foi direto ao ponto. O Remo precisará se preparar para mudanças. Se não for devidamente preparado para isso, será atropelado pela dura realidade.
Ferreira, segundo um benemérito do clube, deu alguns alertas à diretoria. O principal talvez tenha sido a necessidade de reestruturação interna, com mais profissionalismo e menos espaço para disputas pessoais. Para um clube tradicionalmente envolvido com política, a tarefa será árdua. Sua efetivação consiste, acima de tudo, de um rigoroso processo de reeducação.
A avaliação do presidente Zeca Pirão foi sintomática. Ao final da palestra, ele admitiu que o Remo precisa se reinventar e apontou para o vizinho ao fazer uma análise franca do momento vivido pelo clube bicolor. Admitiu que os esforços de modernização e a união de abnegados vistos na Curuzu devem ser imitados no Evandro Almeida. Já é um bom começo.
Blog do Gerson Nogueira, 30/10/2014