Quando no ano de 2005 o Clube do Remo ganhou projeção nacional por sua média espetacular de público – a maior do país na Série mais baixa do futebol brasileiro de então -, a ideia de um projeto como sócio-torcedor provavelmente pareceria ter retorno certo.
Como seria possível que um fenômeno de público, que arrastava cerca de 30 mil torcedores em média por jogo não arregimentasse outros milhares para um projeto de fidelização? Nove anos depois, o projeto Nação Azul parece não ter conhecido ainda esse Fenômeno Azul.
“Recebemos um relatório no dia 13/12, quando assumimos a coordenação do projeto de Sócio-Torcedor, da quantidade de sócios em dia. Esse número era muito baixo. Apenas 779 sócios torcedores estavam adimplentes com o clube”, explica João Mota, novo diretor do projeto de sócio-torcedor do Leão Azul. Lançado há cerca de 2 anos, o número atual de sócios adimplentes não dá a dimensão total que o projeto já atingiu.
“Acho que, ao todo, cerca de 5.317 pessoas já passaram pelo projeto, mas a grande maioria se desfiliou. Atualmente, o programa tem 2.400 sócios cadastrados, a grande maioria inadimplente”, explica João Mota, que vê na cultura do torcedor um empecilho para que o programa decole.
“O torcedor entende que a única vantagem vem quando o time está jogando. Se o time está bem, vale a pena a facilidade no ingresso. Se o time está mal, não vale a pena contribuir. Porém, montar um time forte e competitivo passa pela participação do torcedor, que é o nosso maior patrimônio”, comenta o dirigente.
Com o retorno das competições, João Mota acredita que o projeto deve voltar a ter maior movimentação, mas que algumas medidas estão sendo planejadas para que a adimplência dos participantes aumente.
“O plano é que o torcedor passe a receber outros benefícios, como mensagens e brindes no dia de aniversário, e um programa onde os torcedores serão sorteados para viajar junto com a delegação azulina e entrar em campo com o time para jogos fora do Estado”, aponta o diretor.
Diário do Pará, 29/12/2014