Há 16 jogos, desde a decisão do segundo turno do Parazão 2014, o Remo não toma gols em jogo aéreo. Isso prova quanto o serviço defensivo é bom em bolas altas, principalmente com os zagueiros Raphael Andrade e Max.
Com bola no chão, porém, o Remo é tão vulnerável que tem um histórico de trapalhadas. Para citar algumas, lembro de Raphael Andrade “entregando o ouro” em Tucuruí (Independente 3×0 Remo) e ainda sendo expulso. Ele, novamente, cometendo erro grave no gol de Fabiano (Moto Club-MA) em Bragança na Série D.
Também em Bragança, mas diante do Guarany de Sobral (CE), Max dando passe para o adversário no lance do gol da vitória do time cearense. Max tentou sair jogando e “entregou” para o adversário no segundo gol do Brasiliense (2×1) na Série D, no Mangueirão.
No último domingo, Raphael Andrade fez serviço completo. Deu passe para o adversário na intermediária e ainda conseguiu fazer o gol contra, na pequena área. Citei apenas casos fatais. Outros, para sorte do Remo, não passaram de sustos.
[colored_box color=”yellow”]Durões, mas tecnicamente limitados
Raphael Andrade e Max são durões, mas têm flagrantes limitações técnicas. Jogam como xerifes, mas não se completam. Pelo contrário! Zagueiro com essas características precisa compor dupla com zagueiro ágil e técnico. Max, por exemplo, fez uma de suas melhores partidas pelo Leão na goleada sobre o Paysandu (4×1), quando jogou com Igor João.
Enfim, zagueiro com limitações técnicas não pode se envergonhar de dar chutão. Tem que simplificar o jogo à sua capacidade.
Faço essas observações baseados em dados. Raphael Andrade e Max já formaram a dupla de zaga do Remo em 39 jogos. Com eles, foram 50 gols tomados (média de 1,3 por jogo), apesar dos 16 jogos consecutivos que o Leão acumula sem ser vazado em jogo aéreo. Esses números só confirmam as constatações.
É claro que outros também falharam na equipe azulina, mas saíram do time. O goleiro Fabiano, por exemplo, vive entrando e saindo do time. A dupla de zaga, muito boa no jogo aéreo e lambanceira no jogo rasteiro, tem sido “imexível”.[/colored_box]
Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 03/02/2015