Em 6 temporadas como aspirante à Série D, o Remo tem números contraditórios no seu desempenho: ótimo aproveitamento (65,4%), mas sem sair do lugar. Em 288 jogos (Parazão, Série D, Copa do Brasil, Copa Verde, amistosos) teve 160 vitórias (55,5%), 85 empates (29,5%) e 43 derrotas (15%). Fez 318 gols e tomou 224. Saldo de 94 gols.
Quem não conhecesse a amarga realidade remista dos últimos anos deduziria que o clube vive uma fase gloriosa. No entanto, apesar desses números tão positivos, em três temporadas (2009, 2011 e 2013) sequer conseguiu entrar na Série D. Quando entrou (2010, 2012, 2014), parou na segunda fase. No Parazão, só em 2014 fez festa de campeão. Na Copa do Brasil não foi além da segunda fase. O que pode explicar esse paradoxo azulino?
Em geral, o Leão Azul foi bem nas competições até chegar aos jogos-chaves. “Negou fogo” nos momentos mais decisivos. Fechou em primeiro lugar em 6 fases classificatórias no Parazão, teve a vantagem de 2 empates em 9 “mata-matas”, mas o saldo é pífio. Conquistou apenas 2 turnos em 12 que disputou no Parazão. Perdeu 4 disputas diretas com times do interior: São Raimundo em 2009, Independente em 2011, Cametá em 2012, Paragominas em 2013. Foi campeão em 2014, decidindo com o Paysandu.
Como está em nova missão por acesso à Série D, pressionado pela ameaça de não chegar à semifinal do primeiro turno, o Leão Azul recorre ao trabalho do psicólogo Jairo Vasconcelos, buscando equilíbrio emocional para os embaraços que vêm por aí.
Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 15/02/2015