Último colocado do Grupo A1 do primeiro turno do Campeonato Paraense e lanterna na classificação geral, o Clube do Remo tem chances reduzidas de conquistar uma vaga para a semifinal da fase. Sem nenhum ponto marcado, o Leão precisa vencer os dois jogos que resta e ainda torcer por uma combinação de resultados.
Ficar de fora da disputa do turno significa, entre outras coisas, ficar apenas com o returno com chances para garantir a participação na Série D do Campeonato Brasileiro. Além disso, há uma clara possibilidade de prejuízo financeiro. Se ficar de fora do primeiro turno, o Leão Azul ficará sem jogar pela competição estadual durante 18 dias. É bastante tempo com a marca sendo menos exposta.
Desde o começo do ano, a nova gestão do clube tenta garantir outros patrocinadores além do master, o Governo do Estado, que banca a todos os outros times no Campeonato Paraense. As negociações continuam e, por enquanto, ainda não foram fechadas. O grande problema é que, com as chances mínimas no turno, o fantasma de ficar mais uma vez sem futebol profissional no segundo semestre voltou a assombrar o Baenão. Com ele, não só os possíveis patrocinadores passam a ter mais medo como as propostas ficam mais modestas.
De acordo com José Lucas Neto, diretor de marketing do clube, os resultados ruins atrapalham em todos os sentidos, mas por causa do passado recente, o clube tem procurado maneiras de atrair parceiros sem que eles tenham prejuízo nos tempos de vacas magras, caso o time fique de fora do Campeonato Brasileiro.
“Maus resultados sempre atrapalham, pois qualquer patrocinador quer resultado. Felizmente, o Remo é uma marca poderosa. As empresas também ficam receosas de não fecharem e perderem espaço para outras. Por isso, acredito que vamos fechar esses negócios”, explicou o dirigente, que citou a forma como o clube tem negociado para conseguir a fidelidade das empresas, como se fosse um acordo de produtividade, igual aos são feitos com jogadores que vêm de lesões ou com comportamentos erráticos.
“As negociações que fazemos são por demanda, por competição. Combinamos um valor para o Campeonato Paraense e outro para o Brasileiro. Se o time for para a final, também há um valor diferenciado”, disse. “Se não tiver resultado, o Remo não ganha e o patrocinador não perde. Foi uma proposta que partiu do clube para atrair mais patrocinadores”, completou Neto.
A necessidade de novos patrocinadores para o futebol se faz mais necessária nesse momento em que o clube precisa contratar mais reforços para o restante do Campeonato Paraense. Só se alguns jogadores deixem o clube, isso se mostra cada vez mais difícil.
Por enquanto, por falta de verba, novas contratações estão suspensas no Baenão. A ordem é tocar o barco com o que se tem. O próprio técnico Zé Teodoro comentou sobre o assunto, em entrevista coletiva na última sexta-feira. Quando perguntado sobre a busca de um centroavante, desejo antigo da comissão técnica, ele falou sobre a necessidade de primeiro arcar com os custos que já incidem sobre o clube.
“A situação não é fácil. O clube está vivendo um momento complicado e tem que cumprir alguns compromissos. Vamos deixar isso ser resolvido internamente. Sabemos que temos duas posições carentes. Vamos com calma, o clube está enfrentando dificuldade grande, precisa angariar a situação”, disse o treinador, salientando a necessidade de o time melhorar para, aí sim, pensar em mais investimentos.
“Vamos aguardar dois jogos para depois, com mais fôlego, buscar essas alternativas. Precisamos confirmar a classificação na Copa Verde e melhorar o rendimento do Estadual. Nós vamos com o que temos, valorizando esses jogadores, até porque não podemos contratar e depois não ter condições de cumprir os compromissos”, disse.
O diretor de marketing azulino destaca que a diretoria tem tido, também, um cuidado em não acertar parcerias que sejam boas apenas para um lado. Mesmo necessitando fechar com patrocínios, José Lucas Neto garante que a ordem é valorizar a marca do Leão Azul.
“Nossa preocupação também é em valorizar a marca Clube do Remo. Antes, vários acordos eram fechados por valores irrisórios, com uma exposição grande da marca e pouco retorno ao clube. Isso também estamos mudando”, disse Neto, que finalizou deixando claro que há um cuidado para não poluir a camisa de jogo com várias marcas.
“Para não poluir demais a camisa, estamos negociando apenas espaços secundários, além de placas e backdrops. Não queremos transformar a camisa do Remo em um abadá”, finalizou.
Amazônia, 16/02/2015