No início da temporada, a diretoria do Clube do Remo anunciou a contratação de Flávio Caça-Rato, atacante pernambucano que veio para o Leão para resolver o problema de gols do atacante azulino. Os gols não vieram, o time passou a ter problemas com atrasos salariais, além da má campanha, fazendo com que “CR7” fosse embora.
Foi quando então a chance caiu nos braços de Rafael Sobreira da Costa ou simplesmente Rafael Paty. O barco estava preste a ir para o fundo, mas ele encarou a situação, assumiu a responsabilidade e terminou o Parazão 2015 marcando 2 gols na final, sendo artilheiro da competição pela terceira vez e levantando a taça de bicampeão. Aos 34 anos, Paty marcou 7 gols no Parazão e deixou o status de esquecido no Baenão para xodó da torcida.
“Primeiramente, tenho que agradecer a Deus, porque se não fosse ele a gente não teria nada e nem ia ter forças para resgatar a nossa autoestima. Só tenho que agradecer ao grupo, que é de verdadeiros homens. Até falei antes do jogo que, caso acontecesse o contrário, teriam que botar uma estátua para cada um de nós, jogadores, por conta de sairmos da situação em que estávamos e chegarmos aonde chegamos, em duas finais: uma nacional e uma estadual. Isso é para poucos. Somos privilegiados por estar nessa situação”, disse Rafael Paty.
Dos 21 jogos do Remo na temporada, Paty foi titular em apenas 8, mas marcou 10 gols, sendo 6 nos últimos 3 jogos. O jogador, que em 2012 foi artilheiro e campeão pelo Cametá e artilheiro pelo Santa Cruz de Cuiarana em 2014, reconhece que o papel da torcida para a reviravolta foi fundamental.
“A torcida me abraçou, nos abraçou. Foi uma coisa que nunca tinha acontecido na minha vida. A gente perdeu uns jogos, os gols não estavam vindo e não recebi nenhum palavrão da parte da torcida. Pelo contrário, pessoas que diziam estar com a gente, não estavam. Agora é ver quem quer ficar no Remo, de verdade. Porque o Remo é muito grande para se prender em certas pessoas”, declarou o atacante.
“O Remo é uma entidade muito grande para estar nessa situação. É só ter um pouquinho mais de organização para o Remo sair dessa situação de Série D, para a Série C ano que vem. Tenho a certeza de que pretendo fazer parte dessa história no Remo ainda”, finalizou.
Globo Esporte.com, 04/05/2015