A Federação Paraense de Futebol (FPF) recebeu ordem da Justiça do Trabalho para depositar em juízo todo o dinheiro destinado ao Remo, referente aos direitos de transmissão do Campeonato Paraense (R$ 398 mil), meritocracia (R$ 112 mil), prêmio de campeão estadual (R$ 120 mil) e patrocínio do Banpará (R$ 54,5 mil). Esse bloqueio de 100% dos valores compromete todo o planejamento do clube para a Série D, que envolve liberação e contratação de jogadores.
A decisão é do juiz Jorge Vieira, da 13ª Vara, que recentemente passou a concentrar todos os processos do clube no TRT. O advogado remista André Meira aguarda despacho do juiz a uma petição em que pleiteia a liberação de 50% dos valores e a suspensão do leilão do imóvel do antigo Carrossel, anexo ao Baenão, mas as expectativas não são nada otimistas. O leilão está marcado para o dia 12/06, em venda direta, pela melhor oferta que surgir. O imóvel está avaliado em R$ 7 milhões.
Quando o Remo perdeu a sede campestre, vendida pela Justiça em 2008, a dívida trabalhista foi reduzida a R$ 3 milhões. Agora está estimada em cerca de R$ 14 milhões. É sempre bom lembrar que na década de 1970, com Manoel Ribeiro na presidência, o clube perdeu a área onde hoje está instalado o Posto Azulino, por dívidas acumuladas com a Petrobrás. Patrimônios se vão e as irresponsabilidades continuam.
Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 22/05/2015