O relatório confeccionado pela comissão composta pelos conselheiros Hamilton Gualberto, Haroldo Picanço e Ulisses Oliveira, que aponta as denúncias apresentadas contra a gestão do presidente Pedro Minowa e também do ex-presidente Zeca Pirão, será apresentado em reunião do Conselho Deliberativo (Condel) na noite desta segunda-feira (15/06), na sede social.
O que era para ser segredo até lá, acabou vazando, repercutindo entre os meios azulinos, com bastante controvérsia. O documento, até então sigiloso, começou a ser produzido ainda no mês de abril, após o pedido formal de afastamento de Minowa, protocolado pelo conselheiro Heitor Freitas, com acusações de suposta gestão temerária.
Desde o dia 15/04, quando foi instalada oficialmente a comissão, sucessivas reuniões foram feitas, diversos depoimentos foram prestados e muitas ameaças foram direcionadas ao presidente, que chegou a ser afastado por alguns dias, mas logo foi reconduzido ao cargo.
Finalmente, depois de concluído e apresentado, o relatório será lido pelo presidente do Conselho Deliberativo, Manoel Ribeiro, em reunião com os conselheiros e estes vão decidir se acatam as orientações contidas no documento.
De imediato, embora não fosse exatamente sua atribuição, o documento é direto e objetivo quanto aos personagens envolvidos e até propostas de punições foram sugeridas.
Ao presidente Pedro Minowa, os membros da comissão sugeriram a suspensão por 180 dias, o mesmo aplicado ao ex-presidente Zeca Pirão. Já ao ex-diretor geral, Cláudio Jorge, foi apontada uma suspensão de 60 dias, enquanto para o vice-presidente licenciado, Henrique Custódio e ao ex-diretor de marketing, Fábio Bentes, foi proposta uma advertência por escrito.
[colored_box color=”yellow”]Conselheiro está indignado com as conclusões
Ao ter acesso às conclusões apresentadas, o conselheiro Heitor Freitas, autor das denúncias que levaram o Condel a criar a comissão investigadora, se mostrou indignado com o resultado. Segundo ele, a começar pela finalidade, os integrantes da comissão emitiram juízo de valor, quando na verdade precisariam apenas apontar se as denúncias contra os investigados procedem ou não.
“Ao invés de fazer um relatório apenas indicando, ele (Hamilton Gualberto) fez uma sentença, inclusive sugerindo penalidade. O relatório não se presta a isso. Nenhuma das denúncias que fiz, o Minowa provou que era mentira. O documento não cita, por exemplo, a ‘empresa fantasma’, o que é uma falta grave”, aponta, referindo-se sobre o contrato assinado para a gestão do programa Sócio-Torcedor Nação Azul, na qual a empresa contratada possuía CNPJ de uma malharia em Santa Izabel, ao invés de ser localizada no Rio de Janeiro, como divulgado.
Outro detalhe importante apontado pelo conselheiro é o direcionamento das denúncias. Embora o relatório aponte o acusado como presidente do Codir, na prática, o artigo que baseia a punição à ele é aplicada na forma de associado.
“Ele considerou como se as denúncias fossem contra o associado Pedro Minowa, e não contra o presidente. Se a tese for verdadeira, Minowa ia julgar a ele mesmo, o que é um absurdo”, diz Heitor, provocando a discussão de que o resultado acabou protegendo o mandatário.
“Esse relatório é uma excrescência. Todo mundo sabe que a solução para o Remo é a saída do Minowa. Enquanto ele estiver sentado naquela cadeira, o clube não anda. Jogadores vão sair, ‘entregar jogo’, como aconteceu em Cuiabá (MT), além de que as pessoas que ajudam o Remo não querem ajudar enquanto ele estiver aí”, encerra.[/colored_box]
Diário do Pará, 15/06/2015