A situação ainda é difícil, sem dúvida, mas aos poucos a nova diretoria do Remo vai conseguindo arrumar as coisas no clube, com o pagamento das dívidas mais prementes, entre elas, a folha salarial do elenco e dos funcionários. Curiosamente, o dinheiro está vindo justamente de um dos setores mais desprezados no clube: as divisões de base.
A venda de Ameixa ao Corinthians (SP), por exemplo, rendeu uns bons trocados ao Leão. Pouco tempo atrás, foi a base também quem livrou o clube de algumas dívidas, lotando o Mangueirão em seus jogos na Copa do Brasil categoria Sub-20.
Não bastasse os frutos financeiros gerados pela base, o Remo também tem se beneficiado do burilamento de jogadores formados dentro do Baenão. O aproveitamento desses atletas poderia até ser maior, já que talento é o que não falta nas divisões inferiores do clube.
O curioso é que tanto no Leão, quanto no seu maior rival, a base nem sempre recebe a atenção que merecia, vivendo praticamente na sobra do profissional e, em alguns casos, nem isso. Quem não lembra o caso do ex-treinador azulino Carlinhos Dornelles, que passou mais de 5 anos trabalhando de graça no Leão, já que não recebia seu salário.
Há quem torça o nariz à venda de jogadores da base na forma como ocorreu no caso do volante Ameixa, mas convenhamos, o clube não tem alternativa para gerar receita neste momento em que vive uma verdadeira “economia de guerra”.
É certo que o Leão poderia faturar bem mais na venda dos atletas formados no clube, mas a necessidade acaba fazendo com que os jogadores deixem o Baenão por preço de banana.
O que precisa é ajustar o quanto antes suas contas para que, no futuro, possa vir a negociar os atletas burilados na base em melhores condições, como fazem os grandes clubes do futebol brasileiro e do exterior. Evidente que o Remo deve dar uma atenção maior à base, já que está provado e comprovado que o departamento pode ser um bom gerador de recursos para o clube.
Diário do Pará, 01/08/2015