Com poucas chances de jogar, Rafael Paty não foi o artilheiro que a torcida esperava após sua contratação na temporada passada e muitos chegaram a pedir sua cabeça no início de 2015. Ele ficou e, quando o time mais precisou, respondeu. Paty foi o artilheiro decisivo do Leão Azul no primeiro semestre.
Com 2 gols, deu o título da Taça Estado do Pará ao Remo na vitória por 2 a 1 sobre o Paysandu. Com mais 2 gols, deu o título estadual ao clube na vitória sobre o Independente. Com 1 gol, ajudou a sedimentar a goleada por 4 a 1 sobre o Cuiabá (MT), no primeiro jogo da decisão da Copa Verde.
“Aquele período foi especial, foi mágico. Foram tantos gols em um período tão pequeno de tempo que desconfio que ninguém mais no Brasil fez isso”, lembra-se com empolgação o atacante, que não economiza nos elogios às próprias características. “Sou atacante de decisão. Por mim, o jogo poderia ser agora mesmo que ia entrar com tudo”, comenta.
Entretanto, atleta, que de “dispensável” se tornou “xodó” da torcida azulina, voltou a sofrer oscilações após o Parazão. O que poucos torcedores sabem é que essa oscilação veio junto com um drama pessoal.
“Minha esposa teve câncer no estômago. Fiquei sabendo há 2 meses. A gente tenta separar o pessoal do profissional, mas tem horas que é difícil. Ela mesma me falou ‘a sua felicidade é a minha’ e que não queria me ver triste”, relembra o atacante.
Os últimos dias tiveram uma mudança nessa situação. Paty afirma que sua esposa passou por uma cirurgia essa semana para a retirada do tumor e agora está apenas em observação, podendo voltar para casa em breve.
Em paralelo com o alívio pessoal, vem a oportunidade profissional. Após a vitória no primeiro jogo da disputa do acesso, abrem-se duas vagas no ataque do Remo e o “artilheiro das decisões” é cotado para assumir a camisa de titular.
“Deus é bom demais e sábio em tudo que faz. É só o que tenho a dizer”, comenta o atacante, que deve retornar à onzena titular.
Diário do Pará, 16/10/2015
