Igor João
Igor João

A batalha será dura, como todas as da fase eliminatória da Série D. As circunstâncias deixam o jogo mais difícil ainda para o Remo, pois sem Eduardo Ramos, Max e Levy, o Remo fica menos criativo e mais exposto defensivamente. Como fez diante do Operário (PR), em Ponta Grossa (PR), Cacaio vai armado para arrancar um empate e, se possível, brigar pela vitória. Nas entrevistas, ele não diz isso, mas o esquema trai a intenção.

Contra um Botafogo (SP) que é sempre forte e agressivo dentro de Ribeirão Preto (SP), as preocupações do técnico devem começar pela arrumação de seu setor de zaga, onde Henrique e Ciro Sena terão a companhia de Igor João. Max é o homem de referência e responsável pelas antecipações. Sem ele, o setor perde em qualidade e experiência.

Nos últimos treinos, o técnico remista deixou de lado a ideia de escalar Ilaílson na ala direita, preferindo improvisar Felipe Macena por lá. Decisão acertada, pois se mexesse no meio, iria perder seu melhor marcador.

A surpresa da escalação ficou por conta da entrada de Ratinho em substituição a Eduardo Ramos. Em primeiro lugar, Ratinho é atacante de ofício, como já deixou claro em várias ocasiões. Vai jogar fora de sua faixa habitual, que é um pouco mais à frente.

Imaginava-se que o substituto natural de Ramos seria Juninho, um especialista e muito bom em cobranças de falta. Lembra o estilo do titular e pode também se aventurar em manobras ofensivas.

A decisão sobre a dupla de atacantes é mais ou menos coerente com as últimas mexidas de Cacaio no time. Prestigia Welthon e Aleílson, que começaram a partida contra o Operário (PR) e tiveram bom rendimento. Com eles, o ataque se mantém forte e o time de maneira geral fica mais rápido, pois Welthon joga pelo centro, mas também é forte nas arrancadas pelos lados.

Léo Paraíba e Kiros serão os trunfos para o segundo tempo, principalmente se houver necessidade de partir para uma blitz aérea nos minutos finais. Pode funcionar.

O fato é que o Remo depende basicamente do bom funcionamento da zaga e da compactação no meio-campo. Foi jogando assim que evitou riscos maiores contra o Operário (PR) e, pela primeira vez no campeonato, mostrou segurança e controle pleno das ações.

Blog do Gerson Nogueira, 25/10/2015