A notícia passou quase em brancas nuvens no fim de semana, mas aos poucos foram surgindo os detalhes. O Bragantino (SP) havia procurado o técnico Marcelo Veiga para voltar a comandar o time depois que Léo Condé entregou o cargo.
O gesto, apesar de normal nas relações de trabalho no futebol, não deixa de revelar o comprometimento do treinador com o projeto azulino de acesso à Série B, prioridade máxima no clube depois do retumbante fracasso nas primeiras competições da temporada.
Partiram de Veiga as indicações dos principais reforços do Remo para o Brasileirão. O técnico foi buscar a experiência de Edno, Allan Dias, Brinner e Fernandinho para lustrar o time com um verniz competitivo que inexistia no Parazão e até mesmo na Copa Verde. Decidiu fazer uma aposta no jovem meia Hériclis e no volante Lucas Garcia. Além desses jogadores, o clube trouxe Michael Schmöller, avalizado por Veiga.
Na comparação direta com o antecessor, apesar de nenhum resultado relevante até agora, Veiga leva a vantagem de ter conseguido dar uma lapidação tática à equipe. A marcação à frente da zaga melhorou, embora o setor defensivo permaneça instável nas bolas aéreas.
O desafio está localizado na produção ofensiva, onde Patrick, Edno, Ciro, Fernandinho, Sílvio e Luís Carlos brigam por duas vagas, pois Marcelo Veiga já deixou claro que dificilmente utiliza 3 atacantes de ofício. Como antes, toda a articulação do ataque passa pelo trabalho de Eduardo Ramos e Allan Dias, até porque os alas ainda não têm o dinamismo necessário para contribuir com cruzamentos e jogadas de fundo de campo.
Na estreia contra o Cuiabá (MT), a dupla de armação não funcionou a contento, dando a impressão de que todo o esforço de Veiga deverá se concentrar agora na consolidação do rodízio entre Ramos e Dias nas investidas rumo à área adversária, pois enquanto continuarem a atuar no mesmo espaço, o Remo terá a repetição do problema que ocorreu quando Athos dividia a zona de criação com Ramos.
Blog do Gerson Nogueira, 26/05/2016