Os bastidores do Remo costumam ser agitados independente dos resultados em campo. Nesta segunda-feira (19/08), o Conselho Fiscal (Confis) remista protocolou uma solicitação de afastamento do presidente André Cavalcante e sua gestão.
“Fizemos nosso trabalho e estamos remetendo ao Conselho Deliberativo (Condel) um relatório pedindo providências e enquadramento por gestão temerária baseada em 3 relatórios. É muita coisa. Estamos usando o Estatuto como base”, disse Heitor Freitas, presidente do Confis.
Segundo Heitor, o Confis azulino conversou com o presidente André Cavalcante diversas vezes, solicitando prestação de contas e recomendando atos, que foram ignorados pelo mandatário remista. Cavalcante teria sido informado ainda no domingo (18/09), antes do jogo contra o América (RN), que a denúncia seria feita ao Condel.
“Esgotadas as formas que o Confis tem para prosseguir seu trabalho, comunicamos antes do jogo. Então, não tem nada a ver com o que aconteceu no campeonato. Já estava decidido, independente do resultado”, disse Heitor.
Como o Conselho Fiscal não tem poder de aplicar penalidade, será solicitado ao presidente do Conselho Deliberativo remista (Manoel Ribeiro) uma reunião extraordinária, para apresentar o relatório aos conselheiros do clube e afastar ou não André Cavalcante.
“O presidente do Condel é obrigado a marcar a reunião extraordinária e os conselheiros já tem ciência dos fatos. Abre-se votação para reconhecer se os fatos caracterizam gestão temerária ou não. Se acharem que sim, tem que ser afastado imediatamente, corre processo e terá nova Assembleia para definir quem assumirá. Como está próximo a eleição, o presidente do Condel pode ficar à frente até eleição que será em novembro”, explicou Heitor.
Como a reunião foi solicitada em caráter de urgência, a tendência é que aconteça até no máximo a terça-feira (27/09) da próxima semana.
O vice-presidente Fábio Bentes, ao ser questionado sobre o fato, discordou da decisão tomada pelo Confis e acredita que o problema não tem a proporção que está sendo mostrada.
“É reflexo do resultado dentro de campo, que motiva pessoas a tomar atitudes sem fundamento. Segundo ele (Heitor), algumas coisas não estão sendo feitas da forma correta. As pessoas que trabalham com isso dizem que está tudo certo e existe um debate sobre isso. Eles (Confis) falaram algumas coisas sobre o registo dentro do clube. Na semana passada foi fechado maio e deu uma atrasada para colocar do jeito que eles querem”, comentou Bentes.
Segundo o vice-presidente remista, um dos motivos das prestações de contas do clube estar atrasada é o fato de estarem focados na adesão ao Profut.
“A mesma pessoa que cuida disso estava fazendo a situação do Profut, que era prioridade e tinha que arrumar coisas de 5 anos e as coisas do Remo são desorganizadas. Não teve como dar continuidade”, argumentou o dirigente.
Fábio acredita que o Conselho Fiscal está sendo rigoroso demais, cobrando coisas inviáveis e que não existe irregularidade na gestão atual.
“Estão jogando para a galera. Não tem nada que garante desvio de recurso ou irregularidade, que foi usado dinheiro para outro fim que deveria. Os questionamentos são em cima do registro contábil, dizendo que determinada nota fiscal não é válida, mas como vamos comprar verduras na feira e pedir uma nota fiscal? Existem alguns excessos que eles querem que são difíceis de atender. Há um certo exagero. Não há irregularidade constatada”, finalizou Bentes.
Portal Arquibancada, 19/09/2016