Helder Cabral
Helder Cabral

Uma das principais propostas da atual gestão do Clube do Remo é reabrir o Baenão para o Campeonato Paraense de 2017. A ideia da diretoria é reinaugurar o estádio com um amistoso antes da estreia da equipe no Estadual. As datas podem ser no dia 15 ou 22/01.

Porém, alguns detalhes ainda faltam ser ajustados para que a primeira parte das obras seja concluída e o Leão, depois de quase 3 anos, possa voltar para sua casa com a capacidade reduzida para sete mil lugares. Confira a seguir a entrevista com o diretor de estádio do clube, Hélder Cabral.

É possível que o Baenão seja reaberto para amistosos antes da estreia da equipe no Parazão?

Quando saí da diretoria, deixamos o estádio para 2.250 pessoas e acredito que ainda esteja liberado para este público, mas acho que esse amistoso que o diretor Sérgio Dias quer fazer é para mais pessoas, porque senão ficaria inviável o custo-benefício. Estamos trabalhando para isso e não descarto esta possibilidade. Pode ou não ocorrer, depende de como estará o trabalho e também dos órgãos competentes liberarem para este quantitativo de pessoas que a gente pode colocar aqui.

Qual a situação das estruturas do estádio?

A arquibancada da 25 de Setembro está bastante adiantada e o trabalho na da Antônio Baena também. Na Antônio Baena, falta só praticamente adequar os banheiros, a pintura e a parte elétrica, que não é “bicho de 7 cabeças”. Vamos esperar que dê tempo para que a gente faça esse amistoso. Como falei, depende dos órgãos de segurança liberarem.

Em quais normas de segurança o Remo precisa se adequar?

A nova legislação pede que todos os estádios novos tragam a rede de combate a incêndios, a rede de hidrantes. Nosso estádio ficou fechado muito tempo. Então, para voltarmos, precisamos nos readequar a uma nova legislação. Não sei se a gente pode ganhar um prazo com o Corpo de Bombeiros para a reabertura do estádio sem essa exigência dos hidrantes, porque se houver a exigência, não vai ter condição de abrir para esses amistosos.

Como ficarão as demais áreas, inclusive a lateral da Travessa das Mercês, que é a mais comprometida?

Depois de reaberto o estádio, vamos passar para a arquibancada da Almirante Barroso, onde vamos gastar mais e precisa se trabalhar ali. Por último, vamos para a Mercês. Antes de começar a obra lá, queremos jogar um cimento (no piso), limpar aquela área e colocar uns “food-trucks”, que foi até uma ideia da antiga gestão. Os torcedores poderão lanchar e também, quem gosta de ver o jogo em pé, pode ver de lá. Os donos dos “food-trucks” vão pagar uma taxa, que também vai ser uma renda. A nossa ideia é seguir o planejamento inicial, com os camarotes daquele primeiro projeto que foi feito para as arquibancadas do lado das Mercês.

Como entrarão os recursos?

Os recursos já estão chegando devagar, para a gente fazer pequenos atos. Já temos da primeira e estamos esperando da segunda empresa o projeto, a planilha de custos e quanto e vai ser para o Clube do Remo. Espero até janeiro ter tudo em mãos e levar para o nosso presidente (Manoel Ribeiro) e para o nosso vice (Ricardo Ribeiro), para eles aprovarem o custo, o valor e a forma de pagamento. A forma de pagamento que nós temos a oferecer é que eles podem receber um percentual sobre a renda do Baenão. Não tenho a menor dúvida que os 10 primeiros jogos aqui no Baenão, para 7 mil pessoas, os ingressos esgotam em 48 horas. O Clube do Remo é viável. O Remo vai pagar desta forma e não vai demorar. Vai ser possível saber os dias que o time vai jogar e saber o percentual que se vai receber.

Quanto será esse percentual da renda destinada para as empresas, já que 30% da renda dos jogos do Remo já é bloqueada?

Os 30% são do acordo e, graças a Deus, estamos honrando com a Justiça do Trabalho. Acredito que até 30% ou 20% também para o investidor, isso é uma questão de se acertar com o nosso presidente. Acho que para o Remo isso ainda é um bom negócio, porque se tiver uma renda de R$ 300 mil, 30% para a Justiça do Trabalho e 30% para o investidor, sobram 40% para o Remo e aqui o custo é quase zero. Isso é um sonho perto de ser realidade. A gente precisa que as pessoas acreditem na diretoria, nessa nova gestão, para que a gente resgaste o respeito por essa instituição.

Qual a previsão para se entregar o estádio com a capacidade máxima?

Começou, não para mais. Na hora que a gente entregar para 7 mil, automaticamente vai se fazendo a Almirante Barroso e depois se passa para a Mercês. Não pode parar. É o centenário do Baenão em agosto. Queremos fazer uma festa, uma homenagem ao nosso estádio, aos remistas, personalidades. É um objetivo da diretoria. Começando, não vai parar mais. Temos que resgatar o nosso clube, o respeito, a credibilidade e readquirir o amor próprio. O nosso maior símbolo é o estádio Evandro Almeida. O Remo vai ser outro após o Baenão liberado para 7 mil torcedores. O sentimento, o “remismo”, vai ser massageado e vão ver que o Clube do Remo vai ter um novo rumo.

Diário do Pará, 24/12/2016