Baenão
Baenão

O estádio Evandro Almeida, o Baenão, completou 100 anos nesta terça-feira (15/08). A data foi celebrada com uma grande festa entre torcedores e ídolos do passado, como atletas que ajudaram a construir o tabu de 33 jogos sobre o maior rival nos anos 90 e o time que foi campeão com 100% de aproveitamento em 2014.

A comemoração faz parte do projeto “O Retorno do Rei ao Baenão”, uma iniciativa da torcedores que arrecadam recursos para a reforma do estádio, que foi a casa do Leão até 2014, quando deixou de receber jogos de futebol.

“A gente fica feliz pelo aniversário e ao mesmo tempo triste pelo estádio, que está abandonado”, define o ex-atacante Ageu Sabiá, que elogiou a proposta de revitalizar o Baenão. “Esse pessoal está de parabéns por essa iniciativa. Esperamos que dê tudo certo e o Baenão volte a ser do jeito que era anos atrás”, concluiu.

A festa teve um culto ecumênico, bolo e, como não poderia deixar de ser, futebol. Os remistas que contribuíram com a causa puderam entrar em campo para jogar uma partida ao lado de atletas que fizeram história com o manto azulino.

Um dos torcedores que entrou em campo foi João da Luz Vale, que desde a década de 70 coleciona ingressos de jogos do Remo.

“É muita emoção poder ajudar o Clube do Remo. Tenho vários ingressos, não deu pra trazer tudo, mas tem desde 1976, 1977, 1980. Esses anos todos acompanho o Remo. Não dá para calcular, porque são muitos, mas acho que chega a uns 500”, estima o torcedor, que aposta no projeto de reforma do estádio para ampliar ainda mais a sua coleção.

“Vamos levantar o Baenão. Enquanto tiver vida, acredito no futuro. É só cada um fazer a sua parte como torcedor e sócio”, concluiu.

Inaugurado em 15/08/1917, após 6 anos da reorganização do clube, o Baenão chegou a receber mais de 33 mil torcedores – recorde de público estabelecido em um clássico contra o rival Paysandu, pelo Campeonato Brasileiro de 1976, quando o Remo goleou por 5 a 2.

Torcedores antigos, como Raurivan Carneiro, de 74 anos, lembram com saudade desta época de glórias.

“Participamos do Clube do Remo em uma ascensão muito grande há 30, 40 anos atrás, quando frequentávamos o estádio. Víamos uma qualidade maior no que tange ao futebol e administração. Trouxemos o Benfica (Portugal), Santos (SP), no auge, com Pelé. Tivemos jogadores que nos deixaram muita nostalgia e hoje você vê jogadores que não tem a mínima condição de vestir a camisa. Olhamos com tristeza também o próprio estádio, derrubado por pessoas sem tino administrativo”, criticou.

Globo Esporte.com, 15/08/2017