Dudu, Rodriguinho, Isac, Elielton, Adenilson, Vinícius, Jefferson Recife e Ney da Matta
Dudu, Rodriguinho, Isac, Elielton, Adenilson, Vinícius, Jefferson Recife e Ney da Matta

O Remo tem se dado mal há várias temporadas porque aposta em técnicos pouco familiarizados com um campeonato que tem suas particularidades, punindo com rigor quem se arvora a jogar sem certas cautelas, principalmente nos campos do interior.

Um dos pontos fundamentais diz respeito à intensidade do jogo e à velocidade que os times emergentes usam como arma para alcançar um mínimo de equilíbrio com os titãs da capital, normalmente mais generosos em investimentos e contratações.

Quando enfrentam uma equipe ainda desarrumada e carente de entrosamento, os interioranos costumam levar vantagem. Não por coincidência, isso tem ocorrido seguidamente nas incursões azulinas pelos campos de Marabá, Santarém, Cametá, Paragominas, Parauapebas, Castanhal, Bragança e Cametá.

Desde 2012, o Leão não vence dentro de Tucuruí. A estatística é amplamente favorável ao Independente em jogos disputados no estádio Navegantão. Nada a ver com as condições climáticas ou com a qualidade da grama. É questão de equilíbrio de forças e uso de estratégia adequada.

No sábado (20/01), além da dificuldade natural de encaixar um sistema de jogo que vive fase embrionária, o Remo teve contra si um gol aos 2 minutos. Para usar uma imagem compatível com a principal riqueza do município, pode-se afirmar que a equipe de Ney da Matta levou um choque elétrico. O impacto foi tão forte que o time perdeu o rumo e não conseguiu se recobrar ao longo dos 88 minutos seguintes.

A má atuação não pode ser observada apenas pelo prisma atual. Ney da Matta e o atual elenco sofreram as consequências da queda de prestígio – e respeito – do Remo junto às equipes interioranas. No passado, o time chegava e se impunha, mesmo que não estivesse lá muito bem das pernas.

O tempo se encarregou de mudar as coisas. Hoje, com os times mais atentos à competição estadual, sabedores de que têm mais chances de êxito no começo da disputa, quando os grandes da capital ainda estão formatando suas equipes, a situação é inteiramente inversa ao que se via lá no começo dos anos 2000.

Mais difícil fica a situação quando os times da capital montam seus elencos majoritariamente com jogadores de fora, pouco afeitos ao Parazão. No caso do Remo, que no ano passado iniciou o ano com um time regionalizado, conseguindo se sair relativamente bem, tudo ficou mais difícil com a remontagem completa do elenco, com ênfase em peças “importadas”.

É esta intrincada equação que Ney da Matta precisa solucionar, já sem tempo de sobra para isso. Apenas 3 dias depois da derrota em Tucuruí, já há um novo desafio pela frente, nesta terça-feira (23/01), contra o Águia de Marabá, no Mangueirão. Parada indigesta!

Blog do Gerson Nogueira, 23/01/2018

2 COMENTÁRIOS

  1. Concordo com as colocações, mas há de se observar que estas entraves acontecem geralmente em inicio de campeonato e que com o decorrer do tempo os importados se adequam e se fazem valer, principalmente nas fases de mata mata. Isso é comprovado pelos últimos 4 anos onde somente os dois da capital levaram o titulo. Talvez seja pelo pulmão extra que é a torcida que queira o não queira “Empurra a bola pra dentro do gol”, mas no final os grandes se fazem valer.

  2. O que eu posso dizer é que todo o capital de empolgação mobilizado pela torcida para o primeiro jogo foi perdido, porque a tomamos um “choque” de realidade, ou seja, o time não passa nenhuma confiança, pois se não consegue ganhar jogando no Pará, que dirá jogando em Fortaleza, Recife…… Quem sabe para o 2019.

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