Qualquer análise prévia de um clássico é temerosa. Em Re-Pa, então, é inaceitável. Esse jogo não é regido por tática, pelo bom momento de um dos rivais ou pela condição financeira. A raça, sim, esse é o único elemento que não pode faltar. Pois ele desafia a lógica, encontra abrigo no peito dos torcedores nas arquibancadas, também movidos pela paixão.
Sei que soa romântico demais para tempos tão modernos como o que vivemos, especialmente pelo fato de que o futebol é tratado como negócio, acima dessa essência “varzeana”, da brincadeira e dos sentimentos que cultivamos desde pequenos. Percebe-se isso quando informações sobre rankings digitais, de sócios ou quem tem a melhor fornecedora de material esportivo, por exemplo, ocupam o noticiário em número igual ou maior do que a bola rolando dentro de campo.
Ainda assim, o clássico é um herói da resistência. Não importam estatísticas, balancetes, projetos de longo prazo. Aliás, nem de curto prazo, pois já vimos treinador estreante ser demitido após uma derrota no Re-Pa. Não é à toa que o azulino Ney da Matta e o bicolor Marquinhos Santos estão com o discurso de que o planejamento não vai ser alterado seja qual for o resultado. Sim, eles estão certos. Não poderiam falar outra coisa, mas aqui entre nós, o papo é outro, né? Eles sabem disso. O perdedor (ou quem jogar pior, em caso de empate) já passa a ser visto com olhos desconfiados.
O torcedor quer ganhar o clássico. Essa é a única verdade absoluta que envolve o jogo. Se vai ser no esquema 4-3-3, 4-4-2, 3-5-2 ou no 2-3-5, dos primórdios do futebol, ou até apelar para uma retranca, tanto faz. Isso fica para as coletivas dos “professores” no vestiário. A vitória sobre o maior rival é o que vai ficar para a história. Mesmo se não for um jogo histórico, já vale pelas encarnações do dia seguinte no trabalho ou na escola.
O que vale realmente destacar para o Re-Pa deste domingo (28/01) é que os jogadores de ambos os lados parecem ter consciência do que ele significa, por suas declarações que denotam certa ansiedade. Caso eles não saibam, vai a dica: Círio de Nazaré, Remo e Paysandu formam a “Santíssima Trindade” do povo paraense.
Daqui até o dia do jogo, os mais fanáticos já estarão, inclusive, sonhando com as jogadas, ao melhor estilo Chico Buarque, na canção “O futebol”, só que em vez de Mané, Didi, Pagão, Pelé e Canhoteiro, as tabelinhas mágicas terão como protagonistas Moisés, Cassiano e Fábio Matos de um lado; Isac, Felipe Marques e Adenílson de outro. Bom Re-Pa a todos!
Por Carlos Eduardo Vilaça
Diário do Pará, 26/01/2018
GOSTEI DA RESENHA ACIMA DESCRITA..ESSA É UMA REALIDADE DE UM POVO ALEGRE QUE VIVE NO FUTEBOL A ALEGRIA DE DIAS MELHORES…EU JA TIVE EM LOCO UM ENFERMO QUE FICOU BEM DE SAÚDE EM UM PÓS RE X PA….EM SEU LEITO DO HOSPITAL HAVIA UM ” TIJOLO” RÁDIO SINTONIZADO NO CLASSICO DAS MULTIDÕES…SEU CLUBE GANHOU A PELEJA…E NO DIA SEGUINTE ELE OBTEVE ALTA DO HOSPITAL…TEM GENTE QUE DEIXA DE COMER A SOBRAR DINHEIRO PARA O INGRESSO… SÃO FATOS E HISTORIAS QUE ACONTECERAM E ACONTECEM EM UM DIA DE RE X PA…AOS MEMBROS DO RE X PA . HONREM AS TORCIDAS DO RE X PA..TENHAM TODOS UM FUTEBOL DE PAZ…ATT..MARCONI …
Comments are closed.