Remo 1x0 PSC (Mimica)
Remo 1x0 PSC (Mimica)

A conquista do título estadual pelo Remo é incontestável. Foi o melhor do campeonato, disparadamente. Terminou 8 pontos à frente do segundo colocado, marcando 4 vitórias seguidas sobre o maior rival. No triunfo deste domingo (08/04), que também foi o confronto final, apesar do equilíbrio reinante e da prevalência da marcação sobre a técnica, o time de Givanildo Oliveira voltou a se sair melhor, principalmente pela objetividade que imprimiu ao jogo.

O tempo todo, na fase mais aguda da competição, o Remo mostrou-se mais consciente de seus limites e forças, usando isso para superar seus adversários. Ciente de que não tinha o elenco mais qualificado, tratou de compensar isso com aplicação e um esforço por compactar suas linhas.

Em muitos momentos, o jogo dava a impressão de que o Paysandu tinha o controle de tudo, pois retinha mais a bola e girava bastante. O problema é que essas manobras, repetitivas e inócuas, permitiam que o bloqueio azulino se reorganizasse a tempo para anular as tentativas.

Ao contrário, o Remo era prático e sempre levava perigo nas chegadas à área bicolor. Como aos 26 minutos, quando Adenilson lançou Felipe Marques e este foi derrubado pelo goleiro Marcão. O pênalti claro não gerou nem contestações. Isac cobrou no canto direito da trave, deslocando o arqueiro.

Com a vantagem de 2 gols no placar agregado, o Remo ficou tranquilo, procurando sair apenas quando a situação permitia e economizando forças para o tempo final. A rigor, o único lance agudo do Paysandu foi no final da primeira etapa, quando Cassiano foi lançado e Bruno Maia aplicou o desarme em cima da linha, sem falta.

Um pouco antes, aos 37′, o árbitro Anderson Daronco incorreu em falha grave ao deixar de assinalar pênalti de Marcão sobre Elielton. O goleiro chegou novamente atrasado na disputa e acertou com o braço as pernas do atacante remista antes de tocar na bola.

Depois do intervalo, o time bicolor voltou revigorado. Dado substituiu Mateus por Moisés e William por Danilo Pires, usando mais ou menos a mesma estratégia vitoriosa contra o Bragantino na semifinal. Desta vez não deu certo porque Moisés até entrou bem, criou duas boas situações (chutando em cima de Vinícius e cabeceando com muito perigo depois), mas Pires foi outra vez peça apagada.

Nando Carandina se transformou em terceiro zagueiro e foi incansável no combate aos rápidos Felipe Marques e Elielton, depois substituídos por Jayme e Rodriguinho, mas o Paysandu precisava de força e talento na frente, virtudes que os atacantes ficaram devendo.

Apesar de sempre acompanhado por Bruno Maia, Walter foi o atacante mais desprendido do lado bicolor, chegando a perder uma boa chance nos instantes finais e distribuindo bons passes.

Do lado remista, Felipe Marques voltou a ser decisivo, pela velocidade e posicionamento no campo adversário. Isac se movimentou mais do que o habitual, ajudando a marcar nos momentos em que o PSC se lançou todo ao ataque. Dudu e Felipe Recife (depois substituído por Fernandes) faziam o trabalho de proteção para a atuação quase sem retoques de Mimica e Bruno Maia.

Além de toda a força e entrega na luta pela bola, o Remo teve em Vinícius segurança e arrojo quando a situação exigiu. Ao contrário de Marcão, novamente precipitado em algumas saídas, Vinícius brilhou pela economia de gestos. Não é um goleiro estabanado, mas faz da boa colocação sua principal virtude.

Dentre todos os responsáveis pela reconquista do título estadual, o Remo deve muito a Givanildo Oliveira. Quase setentão, o técnico chegou na hora certa, apagando incêndios e dando unidade a um grupo bastante heterogêneo.

Com Giva, o Remo passou a ter um time operário e funcional. Na entrevista pós-jogo, ele destacou a necessidade de ter jogadores dispostos a atuar com alegria. Acertou em cheio. Alegria é tudo, principalmente em futebol.

Na equipe que levantou a taça estadual, perante mais de 28 mil espectadores, Vinícius foi um dos destaques, aparecendo muito bem em 3 grandes situações criadas pelo ataque bicolor.

Felipe Marques sofreu o pênalti que decidiu a final e foi taticamente importante, ao prender a marcação enquanto teve pernas e fôlego.

Mimica e Bruno Maia foram incansáveis, ganhando quase todas pelo alto e muito firmes nas jogadas de chão.

Levy reapareceu com eficiência na direita, compensando as hesitações de Esquerdinha na esquerda.

Adenilson teve boa atuação, mas perdeu um gol feito, após passe perfeito de Felipe Marques. Jayme também perdeu outra oportunidade clara.

Blog do Gerson Nogueira, 09/04/2018