João Mota
João Mota

Com a aproximação da data de votação que irá eleger o novo presidente do Clube do Remo, além das chapas conhecidas envolvendo ex-presidentes e ex-vice-presidentes, em tentativa de uma nova oportunidade, era esperada, também, a pré-candidatura de personalidades dispostas a assumir o Conselho Diretor (Codir) pela primeira vez. Característica essa que define João Mota, de 62 anos, que dá continuidade à série de matérias com os presidenciáveis ao pleito azulino, no próximo dia 10/11, na sede social azulina.

Administrador, João Mota atuou como diretor do programa de sócio-torcedor Nação Azul na atual gestão, durante 8 meses, até meados de julho, época de sua saída, causada por divergências de opiniões. Esse ponto, aliás, de acordo com o próprio entrevistado, será um dos fatores de destaque, caso seja eleito pelo voto dos associados.

“Temos que entender, que se tiver a oportunidade de gerir o clube, não será uma equipe para mim, mas sim para o Remo. Não precisamos mais de conflitos, mas de conciliação, compatibilidade. Não irei sujar o meu nome se não estiver preparado para isso. Tenha certeza, minha diretoria será composta de pessoas capacitadas em suas áreas para trazer de volta a credibilidade e a transparência para o clube”, enfatizou.

Apesar do critério de ordem alfabética, Fábio Cebolão e Hilton Benigno, que deveriam anteceder João Mota na série de entrevistas, embora alinhados para participarem do pleito de novembro, ainda não definiram suas pré-candidaturas. Em caso de posição oficial, ambos participarão, respectivamente, das próximas edições da série. A seguir, João Mota esclarece suas metodologias como gestor para o conhecimento do torcedor em geral. Confira:

Futebol profissional

Minha visão para o futebol é a seguinte: colocaremos duas pessoas jovens, que já militam em futebol. Um deles, inclusive, já passou pelo futebol do Remo. São pessoas competentes. O outro também milita, mas em outra agremiação. São preparados para a função e sabem como montar, manter e fazer futebol. Falar da importância do setor, todos sabem, por isso já tenho em mente como tocar esse setor, que será capitaneado pelo presidente, mas que irá servir ao Remo e não ao João Mota. Como o futebol atinge diretamente as finanças, traremos apenas 5 jogadores de fora e o restante do plantel será composto com o que temos no nosso Estado. Veja bem, não é loucura. Precisamos entender que quantidade não é qualidade e, como administrador, sei muito bem diferenciar uma coisa da outra.

Contratações

Não irei me basear por indicação de empresário. Temos o Cifut (Centro de Inteligência de Futebol), que fez avaliações, mas que foi abandonado. Vamos recuperá-lo, porque é uma base importante e que faz parte de quase todos os clubes. Digo assim, então, que o critério técnico será o determinante, com um teto estipulado para que o cronograma seja cumprido. O Cifut foi feito para isso, essa é a sua função. Acredito que cada área tem sua importância e não podemos transferi-la. Análise de desempenho, valores locais, padrão de gasto e participação de um departamento da área, como o Cifut, serão os expoentes para esses critérios de contratação. Fora isso, teremos o (técnico João Nasser) Neto, um visionário que, felizmente, está disposto em ajudar o Remo.

Marketing

0 marketing do Remo é mais um posicionamento que não virá amigo em diretoria. Temos um pré-projeto para nos unirmos com uma agência da área, para que venha uma pessoa competente da sua área para administrar a marca Remo, que é muito mal explorada. Teremos o cuidado com o futebol, porque sabemos da sua importância histórica, mas a concentração não será somente em cima dele. 0 Remo possui tradição no nosso Estado e que precisa estar em foco para o seu crescimento natural de finanças, patrocínios e de consolidação para o mercado também, que é necessário.

Sócio-torcedor

O Nação Azul não é difícil, mas o principal entrave dele é justamente na sua principal função: a falta de divulgação. Tentei, mas não consegui. Acredito que não vale entrar no mérito, até pelo respeito que tenho pelos profissionais atuantes hoje. Então, basicamente, o sócio-torcedor será amplamente divulgado com os seus benefícios, para acabar com essa imagem que o sócio e apenas um comprador de ingresso. É muito mais. Tem gente que fala que o Remo não pode ter mais de 100 mil sócios, porque não cabe no estádio. Como o Flamengo (RJ) tem? Internacional (RS)? Temos que gerenciar como funcionar e dominamos bem essa área. Posso adiantar que andará em conjunto com o marketing para deslanchar as duas pastas.

Financeiro

Falar de financeiro, preciso antes falar em transparência. Por isso procurei um auditor, caso seja eleito, para ser o financeiro do Clube do Remo. Para justamente obter um controle de tudo. Automaticamente, dominando a área, os prazos para prestações de contas serão atendidos e a transparência como consequência. Com isso, conseguiremos a credibilidade que ainda machuca o Remo na área.

Patrimônio

Dando o exemplo da nossa sede, todos que entram nela, acham maravilhosa, mas subutilizada. Coisas básicas, como climatizar o nosso salão de eventos, onde ocorrem as reuniões. Temos a área de restaurante, que não pode ficar ociosa, nunca. Final de semana, nossa sede é deserta, com um restaurante aqui, ela passa a ser movimentada e garantir recursos. Ou seja, o cuidado em readaptar é necessário. Temos projetos para viabilizar isso, além de uma academia no espaço acima do nosso ginásio. O mesmo valerá para a nossa sede náutica, que é um ponto que não pode ser esquecido.

Reforma do Baenão

Quando a gente procura gerenciar uma coisa, não adianta entrar lá e procurar saber o que é preciso. Antes de entrar, é preciso saber. Todos sabem que o Baenão precisa de um apoio forte para reabrir. As pessoas que estão no projeto (“Retorno do Rei”) são uns gigantes, mas não podemos continuar aceitando somente isso. Não vou dizer que em 3 meses vamos reabrir o Baenão, mas vou reunir o grupo certo para reabri-lo ainda no próximo ano.

Futebol de base

Se for eleito, o futebol de base contará com um administrador, um advogado para cuidar de toda a parte jurídica e um contador que tenha credibilidade, para que a base também preste contas, nas transações, vendas, empréstimos. Vamos honrar o estatuto, repassando os 5% de cada valor ao final do jogo do profissional para a área. Que fique claro que será obrigado já para o Campeonato Paraense que 3 jogadores, no mínimo, estarem em campo. Claro que dependerá do nosso treinador, mas não temos dúvidas que ele fará o trabalho correto para isso. Isso sim é valorização da base.

Esportes olímpicos

O mesmo é valido no caso do Baenão. Já conversei com o pessoal da natação, para ter uma ciência do que é preciso. São fatores básicos, mas que têm um impacto muito forte. Por exemplo, falta material para todos os esportes. Isso é problema de gestão. Não é fácil, mas tudo tem um ponto de partida e com os nossos esportes amadores teremos o mesmo cuidado para encontrar patrocínios e parceiros.

Diário do Pará, 16/09/2018

3 COMENTÁRIOS

  1. Na minha opinião quem realmente parece estar preparado para assumir o Remo é o Fábio Bentes e o André Cavalcante. Os outros parecem apenas aventureiros. Queria ver o Fábio como presidente

  2. Já na mlnha opinião ambos os projetos são parecidos mas prevalece a experiência, realmente o Fábio Bentes aparece com essa credencial. Só acho que na prática nenhum consegue fazer o que o Remo realmente precisa.por exemplo: um CT de qualidade, a modernização da sede social,a ampliação do patrimônio como a área do carrossel que foram feitas obras individuais bagunçando o ambiente Tem que pensar grande esse REMO é muito grande !

  3. Sem muito blablabal ! Fábio Bentes é o mas cotado, sem dúvida o resto é aventureiros. Estarei lá pra dá o meu voto.

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