Na Série A do Campeonato Brasileiro, o Flamengo (RJ) foi o clube que recebeu o valor mais alto dos direitos de TV: R$ 66,7 milhões. A rebaixada Chapecoense (SC), que faturou menos (R$ 36,2 milhões), recebeu 54% do que foi para o
time carioca.
As diferenças já foram bem maiores e diminuíram depois que o Brasileirão tomou os critérios da Premier League (Inglaterra) como inspiração, baseando-se no mercado de cada clube, como audiência, tamanho da torcida, etc.
No Campeonato Paraense, cada coadjuvante fatura dos direitos de TV apenas 11% do que Remo e Paysandu recebem. Em valores brutos, a Funtelpa paga R$ 745 mil a cada dos protagonistas e R$ 79 mil a cada um dos coadjuvantes.
Diferente do cenário nacional, a dupla Re-Pa é responsável por cerca de 80% do público nos estádios e de 90% da audiência da TV no Parazão. Isso explica a correspondente discrepância nos valores faturados.
No patrocínio do Banpará, porém, a distância entre protagonistas e coadjuvantes não é tão grande. Remo e Paysandu recebem, cada, 5 parcelas de R$ 130 mil, totalizando R$ 650 mil. Castanhal, Paragominas, Águia, Independente, Bragantino, Tapajós, Itupiranga e Carajás ganham 5 parcelas de R$ 57 mil, cada, totalizando R$ 285 mil, correspondente a 43,8%.
O Banpará paga ainda R$ 532 mil de meritocracia, sendo R$ 212 mil para o campeão, R$ 159 mil para o vice, R$ 106 mil para o 3º colocado e R$ 53 mil para o 4º.
Na liberação antecipada de pagamentos do Governo do Estado, Remo e Paysandu faturaram da Funtelpa R$ 353 mil (descontados os impostos) da 2ª e última parcela. O Banpará paga nesta sexta-feira (27/03) mais R$ 390 mil (em valores brutos) a cada. Para o Leão, esses valores estão bloqueados pela Justiça do Trabalho.
Os demais clubes já receberam quase R$ 38 mil, cada, do complemento da Funtelpa. Vão faturar R$ 171 mil (menos os impostos) das 3 parcelas restantes do Banpará.
Ficam pendentes as cotas de meritocracia, já que o Campeonato Paraense está suspenso.
Prestação de contas
Há uma articulação entre os clubes para cobrar um relatório da Federação Paraense de Futebol sobre o uso da verba de custeio da logística do campeonato. Alegam que o Parazão 2020 ficou mais barato, com apenas um clube
de Santarém – eram 3 – e querem saber do saldo atual.
Orientações
Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol do Pará está dando orientação jurídica aos associados nas tratativas com os clubes para férias e rescisões. Os acordos vão depender muito dos entendimentos entre as entidades nacionais dos clubes e dos atletas, que estão em plenas negociações.
Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 26/03/2020