A Funtelpa abraçou os clubes na defesa da retomada do Parazão somente quando houver total segurança, no que diz respeito à pandemia. Essa segurança, a ponto de o público ter acesso aos estádios, só haverá com a chegada da vacina, como disse o infectologista Nagib Abdon, que tem mantido contato com colegas de todo o Brasil e do exterior.
Por enquanto, a vacina está sendo testada em voluntários, inclusive no Brasil. A perspectiva de liberação pela OMS é para dezembro.
Além de segurança quanto à saúde, os clubes também querem voltar a campo com renda de bilheteria. Até lá, poderão ter um novo patrocinador para o campeonato. A tendência, portanto, é que tenhamos o complemento do Parazão 2020 colado ao início do Parazão 2021, como havia sido proposto pelo Tapajós.
A crise criada pelo novo coronavírus inviabilizou os campeonatos de base, assim como a Divisão de Acesso do Estadual. Sem a Segundinha, não haveria acesso. Portanto, não haveria necessidade de rebaixamento. Isso também coincide com a proposta feita no início de abril, pelo clube santareno.
Àquela altura, a proposta esbarrou na necessidade de unanimidade entre os 10 clubes. Agora, a aplicação deve tornar-se automática, sem ferir o regulamento atual.
Pode até ser uma precipitação afirmar que o Parazão só recomeça depois da vacina, mas essa é a posição unânime dos clubes e deve prevalecer!
Funtelpa e clubes não trataram de prazo algum para o recomeço da competição estadual. Decidiram apenas que a volta só ocorrerá em condições de segurança.
Cruzando essa decisão com a projeção de especialistas de diversas regiões do mundo, apresentada pelo infectologista Nagib Abdon, pode se deduzir que a retomada do campeonato só deverá ocorrer no final desde ou no início do próximo ano.
Brasileirão
A CBF gostaria que o calendário fosse reaberto com os Estaduais, já que o Campeonato Brasileiro depende na normalização do fluxo viário aéreo. Isso significa que, no caso dos clubes paraenses, a espera pelas Séries C e D deve ser alongada, até que haja voos suficientes para as tantas viagens de delegações.
O Brasileirão vai recomeçar sem público nos estádios ou com drástica limitação, para possibilitar o distanciamento. Para quem tem forte bilheteria, como Remo e Paysandu, isso indica finanças muito apertadas, já que as despesas vão crescer muito na reativação do futebol.
Eleições
O protelamento do Parazão deixa a decisão do título para depois das eleições presidenciais de azulinos e bicolores. Isso significa mais peso eleitoral às campanhas de ambos na Série C, sem falarmos na Copa Verde, sobre o que a CBF ainda não deu qualquer decisão.
Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 10/06/2020
Tá complicado
Finalizar o parazão 2020 no início do próximo ano é a solução mais sensata, pois preserva a saúde das pessoas e evita maior prejuízo financeiro aos clubes.
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