O Campeonato Paraense está suspenso até o fim do “lockdown” na Região Metropolitana de Belém (RMB), que é a medida mais restritiva para evitar a proliferação da covid-19. O médico Flávio Freire, especialista em medicina esportiva, explica porque é importante que neste momento ocorra a paralisação dos jogos.
“Não discuto aplicabilidade ou eficácia dos protocolos de segurança que foram bem elaborados e conheço a maior parte. Tiveram como inspiração os da CBF e FIFA, mas não há protocolo 100% seguro. A única forma seria se confinássemos todo mundo em um mesmo hotel, como é feito na NBA (campeonato de basquete dos Estados Unidos), onde todos são confinados no mesmo local, onde treinam e só saem de lá para jogar”, disse.
“Como as delegações não ficam 100% confinadas, isso gera possibilidade de infecção, o que acontece. Já vimos vários casos, aconteceu com o Remo, com o Corinthians (SP) e outros times”, lembrou.
“O que me preocupa é a seguinte colocação: Será que teremos estrutura para oferecer para algum infectado? Será que teremos leito? Aqui em Belém estamos vivendo o epicentro da segunda onda. O sistema público e privado colapsou. Será que teremos estrutura para ofertar para quem precisar? Hoje não se consegue leito tanto na rede pública como privada. Diante do colapso, não tenho dúvida que o Governo tomou a melhor atitude”, afirmou o médico.
Flávio Freire lembrou que, além dos jogadores e comissão técnica, ainda há outras pessoas envolvidas em uma partida de futebol.
“Quando falo de futebol, não falo só das delegações envolvidas, mas me preocupo também com os colaboradores da Federação, os árbitros, colaboradores dos clubes e até a imprensa que, indiretamente, estão envolvidos no processo. Apesar de não ter contato diretamente com jogadores, há contato com assessor de imprensa, então sempre ficamos preocupados com todo mundo envolvido no processo”, observou.
No entanto, Freire ponderou sobre a questão dos treinos, que também estão suspensos, já que os clubes precisam buscar alternativas para dar ritmo aos atletas. Dos 12 times que disputam o Campeonato Paraense, 5 treinam na capital paraense – Remo Paysandu, Tuna, Carajás e Tapajós.
“A gente sabe que o Estado tem dimensão continental e a realidade de Belém não é a mesma que do Sul, Nordeste e Oeste do Pará. Fica a dúvida se vale a pena levar uma delegação para treinar em um local onde está mais favorável. Isso fere o princípio da isonomia, igualdade, porque algumas equipes vão continuar treinando, enquanto as daqui (da capital) ficam paradas”, comentou.
“Isso tem que ser analisado, tem que ser estudado, porque a partir de 15 dias em que não há treinamentos em grupo, a parte física, tática e técnica serão afetadas. Isso precisa ser estudado e ver qual a melhor maneira de conduzir o campeonato. O problema não é só no Estado do Pará, mas no Brasil inteiro e vai ter ressonância em nível de competição nacional, principalmente, a Copa do Brasil”, explicou o médico.
A tentativa de vagem da delegação do Paysandu para Salinas, município que não integra a Região Metropolitana de Belém, estando fora do decreto de “lockdown” determinado pelo Governo do Estado, foi duramente criticada por observadores, principalmente, nas redes sociais.
O alvo das críticas se deu pelos efeitos oriundos do avanço da Covid-19. Coincidência ou não, a Prefeitura de Salinas notificou o clube bicolor da impossibilidade receber a delegação, o que acabou cancelando a programação.
O Remo também revelou, por meio do seu presidente Fábio Bentes, uma ideia – ainda não consolidada – para treinar no interior do Pará. Seria uma espécie de inter-temporada, já que interromper as atividades teria um efeito técnico e físico prejudicial para o clube.
O andamento do planejamento se apoia em argumentos técnicos, como defende o chefe do Departamento Médico do Remo, Jean Clay.
“Não tenho dúvida que o futebol é um ambiente controlado”, afirmou.
Jean realizou um trabalho perfeito no clube, prejudicado apenas pela quebra do protocolo no emblemático episódio da comemoração do o acesso à Série B do Brasileirão, quando atletas se misturaram com torcedores.
Foi o suficiente para o vírus se espalhar pelo Baenão e vários jogadores se ausentaram da final da Série C, sendo um fator determinante para o fracasso azulino na disputa pelo título da competição.
“Isso foi por conta da quebra de protocolo”, reconheceu Jean Klay.
O tema é tão polêmico que houve uma divisão. As competições nacionais, organizadas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), seguem sendo realizadas. Por sorte, nenhum jogo da Copa do Brasil, na última semana, foi realizado em Belém. Se assim fosse, poderia ocorrer um conflito com a determinação do Governo do Pará, que optou pela suspensão dos campeonatos locais, inclusive, o Parazão.
Figura de destaque no ambiente do Remo há mais de 2 anos, Jean esclareceu a motivação que o leva a ser favorável a continuidade dos campeonatos, mas mantendo a cautela.
“O cenário é preocupante, sem dúvida. O detalhe é que não está restrita a uma região”, colocou.
Ainda segundo ele, o futebol se diferencia pelo controle rígido imposto desde o fim de 2020, que envolve testes semanais em atletas e profissionais da área.
“Não tenho dúvida que é um ambiente mais controlado hoje. Todos são testados, com um controle muito grande”, ponderou.
O dado aparentemente negativo, entretanto, é o extra-campo. Nenhum clube consegue ter 100% de eficácia de controle quando um atleta sai do ambiente do futebol.
“A questão fora do ambiente de jogo, isso cabe a cada clube, mas no Remo, ficamos 3 meses sem positivar ninguém. Só tivemos problema por conta de uma quebra de protocolo”, ponderou Jean, relembrando o episódio no final da Série C.
“Milhares de testes são feitos, há um controle rigoroso. Temos uma equipe médica, muito boa, capaz, séria. Há estudos e testes mostrando evidências de que o jogo não tem ambiente de contaminação. O risco é desprezível durante o jogo. Não tem porque parar”, frisou.
Para concluir, Jean Klay ressaltou uma questão de natureza puramente filosófica.
“Quando tenho futebol, isso ameniza o sofrimento. Minha opinião sincera é que hoje ainda não vejo motivos para você, no Brasil, condenar que é melhor não ter futebol. Agora há questão: o que é melhor para a pessoa? Cancelar o futebol e falar que o negócio está feio? Com controle grande, consigo amenizar sobrecarga emocional das pessoas, levando entretenimento? Eis a questão”, concluiu.
O Liberal.com, 21/03/2021
Concordo com o Dr Jean klay. E havendo jogos, ajudaria a população a ficar em casa. E acabaríamos o campeonato no tempo certo, ou até mesmo antes.
Hj por exemplo se acontecesse o Re x Pa as 16h ou 20h, muita gente iria ficar em casa, ao invés de estarem na rua.
A OPÇÃO DA BOLHA PARAOARA.
O Futebol, como ambiente, está seguro. Essa segurança é advinda do protocolo de biossegurança implantado pela FIFA, que foi seguido por CBF, FPF, e os Clubes.
As exigências impostas, realmente permitem um enorme controle sobre os jogadores e demais agentes que atuam em um evento futebolístico. Todos são contínua e exaustivamente testados. Sendo os “positivados”, afastados para tratamento intensivo.
As brechas na monitorização dos envolvidos às partidas de futebol, se apresentam no extracampo. Ou seja, após os treinos e antes dos jogos e, ao término das rodadas.
Nesse ínterim, em que todos voltam para casa, os dirigentes e serviços de saúde dos Clubes, perdem momentaneamente as rédeas de controle sobre os atletas. Ficando todos, potencialmente expostos à contaminação viral.
Uma sugestão para o futebol paraense, seria, o confinamento (lockdown) dos atletas nas concentrações próprias dos Clubes – Remo, PSC, Tuna e, Carajás (em Belém).
No caso do Tapajós que está em Belém e dos demais Clubes vindos do interior do Estado, seriam hospedados em um Hotel Exclusivo – custeado pela FPF. Onde, só as pessoas ligadas ao futebol, teriam acesso.
Esse confinamento seria feito em “tempo integral”. Ou seja, todos os envolvidos só fariam o trajeto; Hotel/Concentração – Treino/Jogos/Treinos — Hotel/Concentração, durante o restante da competição.
Em outras cidades nas quais ocorrem jogos — Bragança, Castanhal, Marabá, Paragominas e, Tucuruí — um Hotel seria selecionado para uso exclusivo da FPF, durante o período do Campeonato Paraense.
Outra opção para esses Clubes, seria, confinar “Todos em Belém”. Realizando as partidas restantes em rodadas duplas na Capital Paraense. Há quatro estádios aptos a receberem os jogos; Arenas BANPARÁ Baenão e Curuzu, Souza e, Mamazão (Outeiro). Seria portanto, a configuração da BOLHA PARAOARA.
Também concordo plenamente com o Dr. Jean Klay. O controle nos clubes é grande antes do inicio de uma partida de futebol e se alguém se infectar é afastado da equipe durante um determinado tempo. E o futebol é o que mantém o entretenimento de muita gente que fica em casa. A Copa do Nordeste, por exemplo, continua sem problemas. Acho que foi uma rigidez muito grande por parte do governo.
Certíssimo o dr Jean, o risco de contaminação é mínimo no futebol e a paralisação das competições causa um enorme prejuízo aos clubes em todos os seus setores, além de privar os torcedores de um entretenimento saudável. Precisa ser repensada essa questão!
Parabéns ao médico Dr. Jean!
Parabéns dr. Jean você está certíssimo a questão é, sempre estão arrumando uma descupa para semear medo, terror e outros mais , e quantas outras atividades que não tem o controle que tem no futebol estão acontecendo é querem faser do tútebol bode
Expiatório arrumando descupas para se darem bem dentro dos seus objetivos desonesto dentro dessa pandemias . Vejam lá o que o médico da cbf falou ele está certíssimo no futebol nao tem riscos. Infelizmente algumas pessoas de hoje , não tem bom senso de honestidade, inteligência e sabedoria.
como o futebol ficou paralisado, pelo menos tem que possibilitar aos clubes 10 dias de treinos antes da rodada reiniciar, sob pena de prejudicar o entrosamento entre os jogadores; o risco de lesão, apesar do treino individual, ou seja, terá e alterar um pouco o calendário do parazão. boas ideias foram dadas acima
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