O sonho de jogar no time do coração
No meio de uma enxurrada de decepção e planos frustrantes nessa temporada, ao menos um ponto positivo apareceu nesse calendário futebolístico como projeção otimista para a formatação do carro-chefe do Clube do Remo para o próximo ano – a excelência nas categorias de base, ao ter conquistado, no último dia 04/09, o bicampeonato paraense Sub-20, com estatísticas e aproveitamento de dar inveja à equipe principal.
Um dos responsáveis pela campanha vencedora da modalidade é o centroavante Pedro Paulo, mais conhecido como PP, de 20 anos, que integra a prata da casa azul-marinho desde os 14 anos de idade. Natural de Mãe do Rio, mas criado desde pequeno na capital paraense, o jovem iniciou no futsal azulino antes de realizar a transição ao futebol de campo.
O tempo galgado na equipe deu resultado. O jogador ergueu títulos de base e participações no elenco profissional. Em 2020, foram 3 partidas disputadas, entre Série C e Copa Verde. Na temporada passada, mais uma participação pelo Estadual.
A experiência entre os profissionais rendeu ao atacante um marco imponente na campanha da conquista do Parazão Sub-20 – a artilharia isolada no torneio, com 14 gols marcados em 14 jogos realizados pelo time durante a competição.
O retrospecto do jogador o embasa para fazer parte do processo de montagem do elenco que tentará manter a hegemonia no profissional e correr atrás do acesso à Série B nacional, após ter ficado no “quase” em 2022.
Elogiado pela comissão técnica de base e com o moral em alta no meio dos companheiros, PP não escondeu o desejo de atingir voos maiores com o Leão, agora no profissional.
“Sou muito realizado aqui e espero realizar muitos sonhos ainda com o time do meu coração”, ponderou.
Embora novo na idade, o jogador esbanjou personalidade não apenas no gramado, mas no discurso, ao driblar e finalizar com categoria as possíveis cobranças naturais com atletas oriundos da base. Na realidade, PP entende que o futuro azulino tem como grande pilar a prata da casa, algo que o próprio até exemplificou.
“Acredito que os jogadores da terra e da base são mais cobrados por saberem da história do clube, por ver os patamares que o clube já chegou e por saber da importância do clube para a torcida. A gente sabe que tem que dar alegria para o torcedor também. Por esses motivos, os torcedores cobram mais, por vivermos mais o dia a dia”, destacou.
“A gente consegue ver jogadores daqui, como é o caso do Ronald, Pingo, (Tiago) Mafra, Henrique… Se olharmos para o time que teve o acesso para a Série B, também tiveram jogadores da base. Então, acredito que isso já ficou para trás. Nos últimos anos, só vem crescendo a participação dos jogadores da base no profissional”, completou o jogador.
Ascensão na base
Foram 2 temporadas muito boas, em que conseguimos ser bicampeões. Isso mostra que o nosso nível de maturidade aumentou muito, mostra que o trabalho vem sendo bem feito também. De forma individual, venho fazendo temporadas muito boas, rendendo bem, fazendo gols. Hoje me sinto muito preparado, fisicamente, mentalmente e tecnicamente para conseguir chegar no profissional e agarrar as oportunidades que aparecem.
Experiência no profissional
Tive uma passagem no profissional muito importante para o meu crescimento. Foi muito pelas pessoas que estavam no clube naquele momento. Meus companheiros de equipe eram pessoas que estavam construindo sua história, mas que estavam também bem, porque não é para qualquer um conseguir um acesso. Consegui aprender muito, sugar bem um pouco para evoluir como jogador. Aprendi a lidar com situações no extra-campo, no vestiário, em como crescer como jogador.
Faro de gol
Consegui ser artilheiro do Campeonato Paraense. Fiquei muito feliz, realizado. Isso mostra que o trabalho devolve. Colhi os frutos que foram plantados. Isso cria uma expectativa para que possa fazer isso no profissional e agarrar a chance no profissional como fiz na base. Procuro fazer meu melhor, (fazer) bem a minha parte, em trabalhar forte e evoluir como jogador. Quando chegar a oportunidade, é agarrar da melhor maneira possível, que é o meu principal objetivo aqui.
Diário do Pará, 11/09/2022
Tenha paciência que tudo tem a sua hora!!
Todo jogador é oriundo de uma base. Daí a necessidade de valorização do atleta, coisa que infelizmente os gestores do futebol sempre ficam devendo. Somente são lembrados nas adversidades, e na hora de efetivamente montar o time vem a importação dos pernas de pau. É o roteiro de todo ano. Mas temos esperanças que isso efetivamente mude.
Incompreensível como o clube gasta tanto dinheiro com jogadores que vêm de fora e nada rendem e não se dispõe a investir nos jogadores locais. Depois dessas últimas campanhas frustrantes, com jogadores limitados mas com tratamento vip, espero que nossos dirigentes mudem o foco e deem mais atenção a nossa base, pois tenho certeza que pra fazer o que os estrangeiros fizeram, os daqui fazem e ainda dão retorno financeiro ao clube.
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