Paysandu 0×1 Remo (Diego Tavares e Muriqui) – Foto: Samara Miranda (Clube do Remo)
Paysandu 0×1 Remo (Diego Tavares e Muriqui) – Foto: Samara Miranda (Clube do Remo)

O Re-Pa é, por natureza, um jogo de muita imposição física e entrega por parte dos times. Muitas vezes, como neste domingo (26/03), falta técnica e categoria, mas jamais o torcedor reclama da ausência de raça e vontade de vencer.

No embate no retorno do clássico ao Mangueirão aconteceu de tudo. Muita briga pela posse da bola e algumas carraspanas também, o que terminou por excluir 5 jogadores da partida.

Na batalha do antijogo, o Paysandu saiu em desvantagem, com 3 expulsos. Não foi determinante para o resultado final, pois o Remo foi superior no aspecto técnico e teve chances de cravar um resultado mais amplo, mas deixou a partida meio esvaziada nos 20 minutos finais.

É bom dizer que nenhuma das exclusões foi injusta. Todos os bicolores – Genilson, João Vieira e Gabriel Davis – e todos os azulinos – Diego Tavares e Richard Franco – mereceram as punições. O árbitro Wilton Pereira Sampaio (Fifa-GO) foi rigoroso, mas dentro dos limites da lei.

O Paysandu começou pressionando, com marcação adiantada e tentando forçar o Remo a cometer erros. Aos poucos, porém, o time azulino foi tomando conta do jogo, trocando passes em velocidade e descobrindo espaços no sistema de defesa adversário.

Pablo Roberto, um dos melhores do clássico, recebia sempre com liberdade e acionava Pedro Vitor e Diego Tavares, abertos nas extremas. Muriqui saía da área e juntava-se à estratégia de mobilização à frente da zaga bicolor. Com isso, atraía marcação e deixava sempre um azulino livre.

Aos 27 minutos, João Vieira botou a bola na área do Remo, houve uma disputa pela bola e Muriqui saiu jogando com Diego Tavares, que acionou Pablo Roberto. Este avançou com liberdade e lançou Muriqui, que aplicou o facão – corte em diagonal – e correu entre os zagueiros, tocando na saída do goleiro Thiago Coelho. Um contragolpe de almanaque, com construção e definição impecáveis.

A vantagem não alterou a forma de jogar dos azulinos, sempre muito próximos e atentos aos deslocamentos pelos lados. Pablo Roberto e Pedro Victor tiveram chances de finalizar dentro da área, mas chutaram mal.

O Paysandu só ameaçava nas bolas aéreas, com Ricardinho. O problema é que o meia era bem vigiado quando se aproximava da zona de tiro. Vicente e Bruno Alves foram acionados, mas faltavam lances de infiltração na área, o que tornou Mário Sérgio um mero espectador dentro de campo.

No segundo tempo, quando se esperava uma reação bicolor, o Leão retomou a pegada inicial e adiantou seus volantes, criando imensas dificuldades para a saída de bola adversária, forçando a apelar para os chutões.

Diego Tavares desperdiçou boa oportunidade para ampliar, chutando por cima.

Havia uma acomodação dos times quando começou o festival de expulsões. Com as perdas importantes de Genilson e João Vieira, o técnico Márcio Fernandes custou a agir. Optou pelo deslocamento de Gabriel Davis para a zaga, deixando Ricardinho e Bruno Alves no meio-campo. Não funcionou.

Quando Marcelo Cabo finalmente acordou para as boas possibilidades que o novo cenário oferecia, colocando Ronald, Paulinho Curuá, Raí Lopes e Jean Silva em campo, a fragilidade do centro da zaga bicolor ficou exposta. Logo na segunda investida em velocidade, Ronald sofreu falta dura de Gabriel Davis, que foi expulso por ser o último homem.

Depois disso, só um grande momento, quando Jean Silva entrou driblando pela direita, chegou na área e tocou para Ronald, que falhou no arremate final.

No fim das contas, um resultado excelente para o Leão, mas não totalmente ruim para o Paysandu. Nas circunstâncias, podia ter sido muito pior. A disputa para chegar à final da Copa Verde segue em aberto.

Blog do Gerson Nogueira, 27/03/2023

2 COMENTÁRIOS

  1. Discordo,a expulsão do Diego Tavares foi INJUSTA,foi para COMPENSAR a expulsão do tal G.davis;o mal desta imprensa é puxar saco dos chefes(guerreiro)que é mucura doente.

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