Ricardo Catalá – Foto: Samara Miranda (Clube do Remo)
Ricardo Catalá – Foto: Samara Miranda (Clube do Remo)

O técnico Ricardo Catalá concedeu entrevista coletiva à imprensa nesta quarta-feira (20/12) e ressaltou as dificuldades que o clube possui em trazer jogadores. O comandante azulino citou a dificuldade de jogar o Parazão, principalmente nas primeiras rodadas, preparo físico e a preocupação em não perder atletas.

Catalá falou ainda sobre as dificuldades na montagem do elenco do Remo para 2024. O treinador iniciou a pré-temporada nesta semana e, diferente desse ano, quando chegou com a Série C em andamento, o técnico está tendo a possibilidade de participar de todo o processo desde o início.

O comandante azulino ressaltou alguns pontos do clube, como estrutura, dificuldade para contratar, amistosos e até sobre a situação do goleiro Vinícius, que possui contrato vigente somente até o término do Parazão.

Parazão e atletas que estavam em nas Séries A e B

Quando buscamos atletas de divisões acima, temos que respeitar os 30 dias (de férias). Não temos o poder de mudar, mas o importante é que quando eles cheguem, dia 02/01, eles cheguem bem. Sabemos que as primeiras rodadas do Estadual serão difíceis por questões físicas, mas tudo caminha bem.

Remo × Mirassol-SP

Não dá para comparar, porque são clubes com níveis de exigência diferentes. Só posso dizer que a história que vivi no Mirassol (SP) foi linda e de vitórias. Nosso grande objetivo é colocar o Remo na Série B e estamos trabalhando para isso.

Sinal de alerta sempre ligado

O futebol te mantém 24 horas alerta e tem suas emergências, mas estou feliz com o caminho que estamos tomando. Não tem sido fácil montar o elenco, porque os atletas preferem uma divisão acima. Às vezes, a gente tem o dinheiro, mas o atleta busca uma divisão acima. Apesar disso, tenho ficado contente com nossa montagem. Teremos melhor noção do elenco após as festas de fim de ano, quando alguns jogadores voltam das férias.

Vinícius

A gente também tem o Léo (Lang) e o goleiro da base, que vamos subir. Essa escolha está com o treinador de goleiros, que vai dialogar e analisar. Teremos 4 goleiros, aí será direito de igualdade. Onde se conquista a titularidade é no treino. Sobre o Vinícius, não vejo necessidade desse assunto permear os próximos meses, porque para mim é prático. Ele tem contrato, se vai renovar, não sei, porque não depende de mim, depende da direção do clube e do jogador. Esses interesses precisam ser discutidos. Ele segue conosco, por enquanto, treinando como qualquer atleta.

Análise do mercado das contratações

Sempre podia ser melhor, mas estou satisfeito com o que temos. Temos uma forma de trabalhar em cima do diálogo, com uma equipe de analistas de mercado. Chega a indicação de um jogador, a comissão avalia o atleta, o Departamento de Análise também, discutimos e vemos se há um interesse. Depois passamos para a direção, para saber se há uma viabilidade financeira e decidimos se contratamos ou não. Dez cabeças pensam melhor do que uma. Outra coisa, não temos “bola de cristal” para ver o futuro. Quando montamos um time só para o treinador, há intercorrências que podem acontecer e o Remo é maior do que eu ou qualquer pessoa. O planejamento é contemplar as necessidades do clube e não do Ricardo Catalá.

Criar uma identidade no time

Não fiz nenhuma partida pelo Remo no Estadual. As pessoas me informam, principalmente as que são do Estado, que precisamos nos adaptar. Óbvio que queremos vencer sempre, mas estamos muito preocupados em desenvolver uma identidade que vá nos sustentar para o objetivo maior. Pode ser que a gente jogue feio e vença, mas pode ser que a gente jogue bonito e não vença. O que precisamos fazer é desenvolver uma identidade.

Dificuldades na contratação

Tem sido difícil contratar, não só para nós, mas como para todo mundo. Estamos mirando lá em cima, jogadores acima da divisão. Talvez tenhamos fechado com algum jogador, mas não posso anunciar ainda. O que posso dizer é que estamos procurando fazer o melhor, para jogadores que performem o ano todo. Só vamos abrir mão agora de um jogador e trazer depois do Estadual se não conseguirmos mesmo. A prioridade é trazer jogador para o ano todo.

Experiência no elenco

O jogador mais experiente vai pegar esse mais novo e dizer o melhor caminho. Esse tipo de interação faz com que os jovens se adaptem e cresçam mais e que os mais experientes ditem as regras internas, de comportamento. Acredito na troca. O mais experiente tem muita coisa a ensinar e o mais jovem também. Gosto de trabalhar assim. Porém, todos os atletas experientes que trouxemos, tivemos um cuidado para entender a vida desse cara fora do campo.

Nivelamento dos atletas

No começo, é impossível colocar todos no mesmo patamar, mas nossa estratégia é, diferente do que vinha sendo feito, estamos equalizando desde a pré-temporada alguns protocolos internos. Agora eles chegam mais cedo no estádio, fazem uma triagem, depois um pré-treino, para depois começar a atividade para valer. Esses testes dão ao preparador físico a possibilidade da comissão avaliar os planos para cada um. Dentro desse plano individual, os jogadores vão evoluindo para estarem todos do mesmo nível.

Amistoso

Se possível, nos dias 13/01 ou 14/01, mas tudo depende do adversário. Não vou viajar 3 ou 4 horas de ônibus para desgastar o jogador. Claro que queria fazer mais jogos, mas não é a realidade aqui hoje. Minha ideia é fazer um jogo, rodando todo mundo, controlando a carga. Não quero perder um jogador por lesão.

O Liberal.com, 20/12/2023

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