Na última quarta-feira (26/06), o presidente do Conselho Deliberativo (Condel) do Clube do Remo, Manoel Ribeiro, adiou a Assembleia Geral que iria votar o novo Estatuto da agremiação, marcada para o dia seguinte. A alteração, segundo o dirigente remista, ocorreu em virtude do grande número de propostas de emendas apresentadas por associados e pela necessidade de todos os sócios tomarem conhecimento prévio do conteúdo para avaliarem suas participações na reunião. As novas datas marcadas pelo Condel foram os dias 13, 20 e 27/08.
Indignada com a postura de Manoel Ribeiro, a Associação de Sócios do Remo (Assoremo) decidiu protestar em direção à casa de Manoel Ribeiro na data que aconteceria a Assembleia Geral. A manifestação, no entanto, acabou cancelada por conta da forte chuva que caiu em Belém, mas no mesmo dia, a Assoremo ainda conseguiu se reunir com a diretoria azulina.
O presidente da Assoremo, Thiago Passos, classifica a decisão como uma estratégia para impedir mudanças no funcionamento do clube. Ele acredita que a associação venceria a Assembleia, aprovando propostas como a perda de direito de voto dos grandes beneméritos nas reuniões do Condel e a antecipação do fim do mandato dos presidentes dos Conselhos Delibertativo e Diretor do Remo para o dia 16/11/2013, com a realização de uma nova eleição para os dois órgãos.
Segundo Thiago Passos, a Assoremo é resultado da união de sócios insatisfeitos com os mandos e desmandos que o Remo sofre ao longo dos últimos 10 anos. “Em razão da omissão por parte dos agentes fiscalizadores do Clube (Condel e Conselho Fiscal), nós (sócios) resolvemos tomar uma atitude, ou seja, representar os interesses dos verdadeiros mandatários do Clube (associados e torcedores) junto ao Condel e Codir (Conselho Diretor), fiscalizando e sugerindo um Remo melhor”, detalha.
Por um ano melhor
Após a eliminação do Clube do Remo no Campeonato Paraense deste ano, a torcida já realizou alguns protestos em prol de mudanças. Sobre essas manifestações nas ruas, Thiago Passos explica que a iniciativa ocorreu, sobretudo, para mostrar que a nação azulina não aguenta mais esperar por dias melhores sem que decisões efetivas sejam tomadas.
Outra questão esclarecida pelo presidente da Assoremo é que não há qualquer perseguição da associação com o presidente do Condel, Manoel Ribeiro, nem com presidente em exercício do clube, Zeca Pirão. Para Passos, a exigência é para que haja uma mudança de mentalidade no Remo.
“A Assoremo não tem alvos. O senhor Manoel Ribeiro e o presidente Zeca Pirão não estão no foco da nossa associação, o que queremos é uma mudança de mentalidade, a adoção de transparência administrativa, a abertura política do clube, a oportunidade para que novas pessoas façam parte deste soerguimento, além de não mais permitir que o futuro de milhões seja decidido por meia dúzia de pessoas desqualificadas”, desabafou.
O torcedor também se mostrou bastante confiante quanto ao trabalho que vem sendo realizado pela Assoremo e apontou o caminho para o futuro. “Sem dúvida, estamos desempenhando um árduo trabalho que já dura oito meses, tempo no qual conseguimos mobilizar diversos segmentos da sociedade azulina para uma realidade inquestionável: o Remo não pode e nem conseguirá sobreviver sem uma ampla reforma administrativa e estatutária, sem a abertura politica e a possibilidade de novos pensamentos. Diante disso, a Assoremo assumiu a responsabilidade de conduzir o debate para que estas reformas ocorram da melhor maneira possível”, encerrou.
Diário do Pará, 30/06/2013