Ronaldo Passarinho
Ronaldo Passarinho

Insatisfeito por não avaliar os contratos de atletas antes das contratações, o grande benemérito Ronaldo Passarinho, de 73 anos, afirmou em novembro do ano passado, após deixar a vice-presidência do Departamento Jurídico do Remo, que não assumiria mais cargo algum no clube. Porém, mesmo que de maneira distante, Passarinho continua ajudando o setor, que vive um momento complicado com a possibilidade de leilão do terreno do Carrossel para pagamento de dívidas na Justiça do Trabalho.

Ronaldo Passarinho contou que desconhecia a decisão do juiz Jorge Antônio Ramos Vieira, titular da 13ª Vara do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Belém, que marcou a venda pública do patrimônio para o próximo dia 25/10. Enfático, o advogado disse que, caso a área realmente vá a leilão, o valor arrecadado não seria suficiente para quitar a dívida azulina na Justiça, o que abriria precedentes para que o clube perdesse, da mesma maneira, o estádio Evandro Almeida, o Baenão.

“O leilão do Carrossel ao preço de R$ 6,1 milhões, de acordo com uma avaliação feita pela Justiça Trabalhista ainda em 2010, não pagaria a dívida do Remo. Isso só faria se repetir o mesmo que aconteceu com a sede campestre, leiloada por R$ 3 milhões. Em seguida o débito só fez aumentar e hoje está em aproximadamente R$ 9 milhões. Esse seria o penúltimo patrimônio do Remo que seria vendido. A sede é tombada, então, o que fariam mais lá na frente? Venderiam o Baenão. Um prejuízo extraordinário ao clube”, alertou.

De acordo com Ronaldo Passarinho, na realidade, a área do Carrossel custaria R$ 12 milhões no mercado imobiliário paraense, mas ele alerta para a possibilidade do terreno anexo ao Baenão ser vendido por um valor bem menor. A saída para o problema, de acordo com o grande benemérito, é entrar em acordo com a Justiça.

“O Remo não pode querer lutar com quem tem mais força. O Conselho Deliberativo está em reunião permanente, ouvindo as propostas de negociação da área que estão sendo apresentadas pela diretoria. Então, para que o leilão não aconteça, o clube precisa dialogar com a Justiça, pois é ela que vai intermediar com os credores”, aconselhou Passarinho.

Globo Esporte.com, 01/10/2013