Na Assembleia Geral realizada na terça-feira passada, na sede social da Avenida Nazaré, a maioria esmagadora dos associados do Remo decidiu aprovar o novo Estatuto proposto para o clube. O novo regimento já está em vigor. No entanto, as principais modificações acontecerão no período eleitoral. A escolha do próximo presidente executivo do clube, por exemplo, será eleito pelo voto direto e, a partir do próximo mandato, o Conselho Deliberativo (Condel) precisará ser consultado para que determinadas decisões sejam autorizadas.
Na prática, essa alteração representa um aumento do poder do Condel azulino, que até hoje era apenas um órgão consultivo sem qualquer poder de decisão dentro do organograma da administração remista. A figura do presidente ainda será a mais importante no clube. No entanto, seus poderes estarão sensivelmente diminuídos, uma vez que será obrigado a pedir aprovação ao Conselho em diversos casos.
Conselho fica mais ativo e evita ações danosas
“Acreditamos que tornando o Conselho mais ativo e participante, nós evitaremos que muitas decisões danosas ao clube venham a ser tomadas no futuro”, argumenta Thiago Passos, ex-presidente da Assoremo (Associação de Sócios do Clube do Remo) e atual diretor de futebol do Leão Azul. “Ao garantir mais democracia e definindo regras fundamentais para uma boa gestão, o novo Estatuto Social do Clube do Remo viabiliza o Remo não apenas como instituição, mas como time de futebol”, ressaltou.
Antes de ir a plebiscito, o Estatuto passou por aprovação por unanimidade no Conselho Deliberativo. A eleição dá uma demonstração de força da oposição remista, formada basicamente por jovens conselheiros. Uma clara evidência disso foi a decisão de diminuir o número de beneméritos de 40 para 30 e de limitar a 10 a quantidade de grandes beneméritos. Um duro golpe nas pretensões de um grupo de sócios mais antigos que pretendiam manter o número de beneméritos e dobrar o de grandes beneméritos.
Também é prova do poder da juventude azulina o fato de que praticamente todas as emendas propostas pelos membros da Assoremo foram incluídas na versão final do documento. Entre elas, a sugestão de que os conselheiros eleitos a partir de 2014 sejam obrigados a contribuir com uma taxa equivalente à três mensalidades da menor categoria de sócio praticada pelo clube, que atualmente é de R$ 30, totalizando R$ 90.
O novo Estatuto proposto também possui itens favoráveis ao consenso entre os associados. Caso da manutenção do poder de voto dos beneméritos e grandes beneméritos no Condel. Inicialmente havia uma proposta de emenda que pretendia retirar este direito. Outro exemplo de consenso é a permissão de apenas uma reeleição, não dando margem para que possa vir a acontecer uma “ditadura” no clube, com a perpetuação no cargo de uma única pessoa.
O Liberal, 18/08/2013