Líderes da Associação de Sócios do Remo (Assoremo) informam à coluna que os esforços da entidade se concentram na proposta de eleições diretas para a presidência do clube. O novo estatuto, que aguarda aprovação há mais de quatro, já teve 100 de seus 138 artigos debatidos. No momento, o Conselho Deliberativo prepara sua proposta à Assembleia Geral de sócios. O “X” da questão é que a assembleia ainda não foi marcada, mas é provável que se realize no final deste mês. Ocorre que o presidente Manoel Ribeiro já teria admitido deixar para o final de junho ou julho.
A manobra, interpretada pelos sócios como apenas protelatória, é parte da estratégia dos velhos cardeais para retardar ao máximo as eleições diretas no Remo. Pelo novo estatuto, a eleição será diretamente pelos sócios, mas os conselheiros querem restringir o acesso ao Condel (mínimo de 5 anos de clube) e à presidência (10 anos). A Assoremo advoga carências menores: 2 anos para o Condel e 5 anos para a presidência.
“Não podemos deixar que jovens de 22 anos dirijam um clube centenário como o Remo”. Este é um dos argumentos mais repetidos por conselheiros da velha guarda, irritados com a pressão exercida pelos sócios. O receio de abrir as portas do clube para um modelo eleitoral mais democrático se acentuou depois que surgiram dois potenciais candidatos, o ídolo Rei Artur e o médico Henrique Custódio.
Já circulam boatos de que o Condel poderá aprovar o novo estatuto, mas tentará deixar as diretas para o pleito de 2016. Para enfrentar esse golpe nos projetos de mudança, os sócios criaram o movimento #RenovaLeão #DiretasJá, buscando atrair remistas que se sintam excluídos do processo político e que defendam mudanças na gestão do clube.
Uma reunião foi convocada para o dia 16/05, a fim de discutir propostas para o clube. Ainda nesta semana, a Assoremo exigirá na Justiça prestação de contas da atual diretoria e entrará com ação de danos morais contra o presidente do Condel, que os definiu como “vagabundos”.
Blog do Gerson Nogueira, 09/05/2013