Com o término das atividades no futebol profissional, o Clube do Remo tem vivido dias aguçados, tudo por causa do pleito presidencial, marcado para o próximo dia 08/11. Como em qualquer processo eleitoral, muitas vezes o embate de ideias e propostas descamba para o lado das acusações e discussões entre os interessados ao cargo máximo do clube.
O primeiro a deflagrar o bastião da luta foi o ex-diretor de marketing, Stefani Henrique, que através das redes sociais, tem lançado sucessivas explicações acerca de sua estada no clube e a briga com o vice-presidente Marco Antônio Pina, o “Magnata”.
No conteúdo de suas postagens, Stefani diz que, ao lado de outros remistas, lutou pela “democratização do Remo, que tinha um estatuto da década de 1970 e não dava direitos mínimos aos sócios, só vencido após diversas reuniões que resultaram em um total de 11 emendas no novo Estatuto, dando a ele ares de modernidade”.
Segundo ele, nesse período, Magnata lutava contra a ideia das eleições diretas, por fazer parte da equipe do ex-presidente Sergio Cabeça, responsável por “afundar o Clube do Remo”. O termo utilizado por ele é uma referência direta ao ano de 2013, quando o clube, segundo a denúncia, arrecadou mais de R$ 5 milhões proveniente de bilheterias, sendo R$ 900 mil somente no jogo contra o Flamengo (RJ), pela Copa do Brasil daquele ano, e não prestou contas do dinheiro.
Entre outros assuntos, Stefani ainda disse que Marco Antônio não nutre um bom relacionamento com os demais diretores, incluindo o diretor de futebol, Thiago Passos, e o vice-presidente de futebol, Henrique Custódio. Até o fechamento da edição, o ex-diretor não foi localizado para comentar os assuntos.
[colored_box color=”yellow”]Magnata rebate
Na condição de vice-presidente do Clube do Remo, o advogado Marco Antônio Pina, por muito tempo preferiu ausentar-se do embate direto com o ex-diretor, muito embora tenha protocolado na secretaria do clube um pedido para exigir a expulsão de Stefani do quadro de associados, após ser acusado formalmente em uma reunião do Conselho Deliberativo.
Ao ser questionado sobre os fatos apresentados por Stefani, Magnata não pareceu muito preocupado. “Não estou nem um pouco preocupado com o que ele afirma ou deixa de afirmar. Tenho 13 anos de serviços prestados ao Remo, nunca tive um arranhão, diferente dele, que foi exonerado do cargo no primeiro ano por ter desviado dinheiro”, rebate.
O desvio citado é referente ao evento organizado por Stefani no mês de fevereiro, que resultou em um cancelamento temporário do patrocínio ao clube, descrito por Stefani como um desencontro de informações entre a direção local e nacional da empresa parceira. “Esse rapaz faz uma perseguição implacável, Já tomei providências e ele responde uma representação no Conselho do clube e também já o acionei na Justiça. O ônus da prova cabe a quem acusa”, disse Magnata.
Em relação à prestação de contas da temporada de 2013, o vice-presidente azulino diz que a acusação não faz sentido. “Nunca fui diretor financeiro, não era minha competência. Era assessor da presidência. Ele tinha que se dirigir ao responsável financeiro”, explica, para em seguida desmentir que tenha algum atrito com os atuais diretores da gestão do presidente Zeca Pirão.
“Não existe nenhum tipo de divergência. Considero o Henrique uma excelente pessoa. Com o Thiago tenho uma relação profissional. Só não somos de estar um na casa um do outro. Conheço o Henrique desde 2003, quando entramos no Remo”, acrescenta, sem acreditar que os ataques tenham origem no apoio declarado à chapa 2. “Isso não é a mando do Minowa ou do Henrique. Ele que está tumultuando. Tenho certeza que eles jamais vão mandar o Stefani fazer isso”, encerra o vice-presidente.[/colored_box]
Diário do Pará, 21/10/2014