Foi-se o tempo em que abnegados, centralizadores, simpatizantes e, principalmente, endinheirados, davam as cartas no futebol nacional. Nos últimos anos, mirando no exemplo de sucesso dos clubes europeus, o futebol brasileiro apostou na promissora era da “gestão esportiva”. A aposta foi bem sucedida. Clubes que eram grandes tornaram-se ainda maiores. Até agremiações modestas, desprovidas de torcida ou patrimônio, conseguiram surfar nas ondas do profissionalismo.
Mas essa “palavrinha”, curta e simples, parecia ter um efeito contrário na região Norte. Enquanto o Brasil inteiro mergulhava na tendência, o Norte seguia na contramão, com seus dirigentes tradicionais e conservadores. O resultado disso, obviamente, foram nossas maiores potências parando no tempo, caindo de nível e mergulhando em crises que pareciam intermináveis.
Só agora, na segunda década do século XXI, os dirigentes locais começaram a pensar nas vantagens que a modernização pode trazer. No Clube do Remo, em especial, pela primeira vez na história a palavra “gestão” é pronunciada com vontade. Nunca antes houve tanta expectativa, fortalecida pela realização das eleições diretas, sobre quais medidas essas empresas contratadas irão impor nos modelos arcaicos de administração.
Recentemente, a chapa “Unidos para a luta”, do atual presidente Zeca Pirão, trouxe a Belém o gerente da Pluri Consultoria, empresa de gestão esportiva com sede no Paraná que, caso Pirão seja reeleito, fará uma devassa completa de toda situação do Cube do Remo, incluindo levantamento de patrimônio, dívidas, saldos, contratos, receitas e demais dados obscuros até para os mais antigos.
A chapa encabeçada por Pedro Minowa também se propõe a profissionalizar a gestão do clube, trazendo a empresa Stadium Consultoria para executar procedimento semelhante. Será que agora, finalmente, o Remo engrena?
Diário do Pará, 02/11/2014